Réus vão a júri em dezembro por assassinato de jovem por engano em hospital de São Leopoldo

13 de outubro de 2023 - 14:13
Por GZH

Cinco réus acusados de terem participado da execução de um jovem em São Leopoldo, no Vale do Sinos, vão a júri em 12 de dezembro. O crime aconteceu em novembro de 2018, dentro do Hospital Centenário. Gabriel Minossi, 19 anos, recuperava-se de um acidente de trânsito, quando foi confundido com outro paciente e assassinado com sequência de disparos.

O julgamento foi agendado para se iniciar às 9h, no salão do júri em São Leopoldo. Nesta data, serão julgados os réus William Gabriel Almeida Pereira, Jorge Gilberto da Silveira Júnior, Lucas Gabriel Pereira Nunes, Deivid Silva de Ávila e Eberson Ferreira Almeida. A investigação apontou que os atiradores confundiram o jovem com Alex Júnior Abreu TubianaO verdadeiro alvo havia sido baleado numa tentativa de homicídio dois dias antes, e chegou a ficar hospitalizado no mesmo quarto de Gabriel.

Na ocasião, espalharam-se boatos pelo hospital de que um novo ataque a Tubiana poderia acontecer. A casa de saúde transferiu o paciente para outro quarto, em área isolada dos demais. “Boa sorte pra ti”, disse Tubiana para Gabriel antes de ser levado dali.

Gabriel, que estava hospitalizado após sofrer uma colisão de motocicleta na qual havia fraturado as pernas, ficou apreensivo com a situação.

— Tô muito nervoso. Se os caras entram aqui, eu tô bem na porta — confidenciou ao pai.

O motivo do medo do jovem se concretizou na madrugada de 9 de novembro de 2018. Às 4h16min, um veículo estacionou em frente ao hospital e, de dentro dele, saltaram criminosos encapuzados e armados. Renderam o segurança e dois deles ingressaram na casa de saúde, caminhando pelos corredores. Andaram até a ala onde Gabriel estava e, em poucos segundos, descarregaram as armas na direção da cama dele, próxima da porta, pensando se tratar de Tubiana. Vinte e nove estojos de pistola 9 milímetros foram recolhidos dentro do quarto.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), William e Jorge teriam rendido o vigilante na entrada do hospital e guarnecido o acesso, enquanto Lucas e Deivid teriam seguido até o quarto onde pretendiam executar Tubiana. Os dois teriam sido responsáveis por efetuar a sequência de disparos. Além da morte de Gabriel, a ação ainda deixou outras duas pessoas feridas. Eberson, que estava preso na época do fato, é apontado como o mandante do crime.

Morto após assalto

O crime teria sido motivado por disputas envolvendo o tráfico de drogas. Tubiana, segundo a polícia e a acusação do MP, era ligado ao tráfico na região da Vila Brás, em São Leopoldo, e teve desavença com o suposto mandante. Ele sofreu um atentado a tiros em uma oficina e, por isso, acabou hospitalizado. Em setembro de 2020, o verdadeiro alvo foi morto durante confronto com a Brigada Militar. 

Na ocasião, Tubiana e outros dois foram atingidos pelos policiais militares durante troca de tiros, após roubo a uma agência do Sicredi no município de Itati, no Litoral Norte. No assalto, com reféns e cordão humano, o trio rendeu vigilante, obrigou uma bancária a abrir o cofre e ainda deu tiros de fuzil ao sair da agência. Na fuga, eles levaram quatro reféns. Após as vítimas terem sido liberadas, os ladrões foram localizados em área de mata e houve tiroteio.

Contrapontos

Deivid Silva de Ávila

O advogado Celso Souza Lins informou que a manifestação da defesa ocorrerá somente os debates durante o julgamento. O preso nega que tenha participado do crime.

Eberson Ferreira Almeida

O advogado Rodrigo Lima de Oliveira enviou manifestação, na qual sustenta a inocência do cliente. O réu continua preso. Confira:

“A defesa do Eberson reforça que ele é inocente das acusações e está sendo injustiçado, já estava preso à época dos fatos e sequer teve direito de prestar esclarecimentos na delegacia de polícia. Tudo será esclarecido no julgamento pelo júri e certamente Eberson será declarado inocente.”

Jorge Gilberto da Silveira Júnior

A Defensoria Pública do Estado informou que só se manifestará sobre o caso durante o julgamento.

Lucas Gabriel Pedroso Nunes 

GZH entrou em contato com o advogado Renan Bergerhoff dos Santos e aguarda retorno. Em manifestação anterior, ele informou que não há provas de participação dos réus no crime e que Lucas estava trabalhando na época dos fatos.

William Gabriel Almeida Pereira 

A advogada Patrícia Savela informou que a defesa sustentará a inocência do cliente, que continua preso. Confira:

“A defesa se manifesta pela negativa de autoria por parte do William e vai trabalhar essa tese para que consiga a absolvição dele, tendo em vista que não há elementos no processo que levam até ele essa autoria delitiva desse crime”.

Por GZH

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