“O Conselho Tutelar existe há muito tempo mas é pouco compreendido pela sociedade”, promotora da Infância e da Juventude Mara Job Pedro

12 de setembro de 2023 - 14:47
Por Sônia Bettinelli

“A  Mara promotora  é  uma pessoa muito, muito comprometida com a infância e a juventude de São Leopoldo. Muitas coisas ajudei a construir com os diversos governos que passaram desde outubro de 2002, mas percebo que nunca é suficiente, a gente sempre tem mais a progredir”, disse a promotora da Infância e da Juventude de São Leopoldo, Mara Job Pedro, no Berlinda News Entrevista desta terça-feira (12), cuja pauta é a importância da participação da comunidade na eleição do Conselho Tutelar (CT), no dia 1º de outubro, das 8 às 17 horas, em todo o Brasil. Conforme a promotora “O Conselho Tutelar existe há muito tempo, mas é pouco compreendido pela sociedade nessa função tão nobre e tão essencial para a criança e adolescente”, diz reforçando a importância da eleição para que o CT seja ainda mais qualificado.

Sobre a narrativa que os conselheiros seriam ligados a partidos políticos ou igrejas

“O perfil que se busca para conselheiro tutelar é que tenha um trabalho prévio de defesa da  criança e ao adolescente e na maioria das vezes isso ocorre em entidades, igrejas. O que  o CT não pode ser é trampolim para Câmara de Vereadores, ser comandado por poder político, religioso ou econômico, que não haja submissão. O fato de ter um conselheiro  que participava de um partido político, vinculado a igreja ou que  trabalhou nas instituições não é problema  desde que ele atue com a autonomia e independência. O  conselheiro  é eleito pela pessoa que é e pelas ações já realizadas”.

Reflexos da pandemia 

“Eu entendo que as dificuldades pós pandemia são outras. Persistiram as mesmas, mas apareceram outras dificuldades decorrente da falta de trabalho, de adoecimento psíquico. Todos sofremos, mas os vulneráveis muito mais porque além de terem que ficar em casa, se relacionar por mais tempo não tinham o que comer, não tinham como pagar suas contas.  e isso refletiu em violência doméstica, nos maus tratos. Aconteceram muitas coisas e num volume maior que a rede de proteção era capaz de atender. Seguimos trabalhando mas em casa e utilizando o que era possível, email, whats porque os processos não eram eletrônicos e fomos nos adaptando as dificuldades.

São direitos a escola, saúde, alimentação

“Muitas pessoas que procuram o CT é para garantir direito à educação, alimentação, saúde., por exemplo. Se isso não é atendido é uma violação. E o conselheiro faz isso pelo encaminhamento à rede. Muitas vezes as falhas que as pessoas imputam ao conselheiro, são as falhas da rede, do poder público na oferta insuficiente das demandas direcionados à crianças. Por exemplo, um pai que vai ao CT porque o filho está agressivo que ele está apresentando problemas na escola, que por sua vez pede que a criança vá num atendimento com  neuropediatra , por exemplo. O CT faz o encaminhamento para que a consulta seja agendada, mas se não existe neuropediatra na rede , que é uma realidade ainda persistente em São Leopoldo, a consulta não vai ocorrer. E a quem se imputa a falha.”

Eleições

“Precisamos dar amplitude a eleição do CT. Chama atenção que a televisão não tem nenhum chamamento duma eleição que vai ocorrer no Brasil inteiro. Por isso no dia 1º de outubro é preciso votar porque a proteção da criança e do adolescente é um bem maior. Precisamos mudar essa  cultura e votar. É muito importante que as pessoas compareça das 8 às 17 horas. Podem em votar em até cinco (5) candidatos e recomendo que votem em cinco para ter certeza que os melhores sejam eleitos.”

 

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