O novo e o diferente no Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer

28 de agosto de 2023 - 14:56

Fomos em busca do que é diferente e das novidades no Pavilhão da Agricultura Familiar na 46ª Expointer que, neste ano, conta com o maior número de expositores da história: são 372 empreendimentos, reunindo agroindústrias, artesanato, plantas, flores e praça de alimentação. 73 participam pela primeira vez do pavilhão. Destes, selecionamos cinco produtos peculiares e diferenciados.

Óleo de noz pecã de Bento Gonçalves (banca 209)

“É um processo bem artesanal no qual se extrai o óleo da noz pecã a frio. Então, ele se torna um produto totalmente natural e sem conservantes, mais suave que o óleo de oliva. Pode utilizar nas saladas, nas finalizações dos pratos ou com pãezinhos”, explicou Sônia Salvallaggio, 51, gerente da Casa Cantelli.

Na banca, são oferecidas outras aplicações elaboradas através do fruto como a pasta de noz pecã, semelhante à pasta de amendoim, e o chá de casca de noz pecã, indicado para diabéticos. “Além disso, nós temos as nozes naturais, em farelo, caramelizada, caramelizada com canela, caramelizada com coco e a versão agridoce, drágeas com chocolate branco, ao leite e meio amargo”, complementou a gerente.

Roscas de coalhada de Bom Jesus (banca 119)

De Bom Jesus vem uma receita típica dos tropeiros da Serra Gaúcha. E que também foi passada no seio familiar: “Receita da minha vó, depois passou pra minha mãe e agora está comigo e minha esposa. Um alimento muito utilizada pelo tropeiros, rústico, saboroso e que durava de três a quatro dias numa mala de garupa”, se orgulhou em contar o jovem agricultor Valdevino Moraes Alano, 21, da Agroindústria Sabor da Mata.

Ele explicou que a ideia de vender roscas congeladas foi da irmã. “Depois, a gente regularizou a agroindústria e estamos em quase todos os mercados lá da região com esta rosca de coalhada”, disse Valdevino. Outras variedades oferecidas na banca sãos roscas de milho, roscas glaceadas de coco, bolachas champagne, sequilhos de erva-doce, biscoitos amanteigados e biscoito de vento serrano no qual “só vai polvilho, ovo e um pouco de gordura vegetal, uma rosquinha de praticamente vento”, brincou o agricultor.

Alho negro de Monte Belo do Sul (banca 16)

Também oriunda da Serra Gaúcha, a 15 quilômetros de Bento Gonçalves, uma propriedade rural trabalha com a produção de cogumelo shimeji e alho negro para gerar produtos em mel, geleias e caponatas. “Estamos em nosso primeiro ano na Expointer, com muito orgulho, expondo nossos cinco tipos de produtos à base de cogumelo e alho negro”, vibrou Felipe de Costa, 31, proprietário da De Costa Cogumelos e Alho Negro.

“No Brasil, a cultura do alho negro começou em São Paulo e nas regiões centrais do Brasil e aqui no Rio Grande do Sul somos um dos poucos que trabalha e distribui essa cultura”, comentou Felipe. Até o momento, a agroindústria experimentou as variações de mel com alho negro, geleia de alho negro e caponata de shimeji com alho negro.

Peixes de Mostardas (banca 194)

O casal de pescadores Jucelito de Matos, 43, e Yanka Rosa, 27, da Mar-Telinho Pescados, do Balneário Mostardense, estão pela primeira vez na Expointer. Pedimos para que eles “vendessem seu peixe” e nos contassem o que trouxeram para o Pavilhão da Agricultura Familiar:

“A gente está oferecendo camarões, camarões rosa, filés, filés de pescado, filé de traíra, peixes em posta e bolinhos de peixe”, comentou Yanka Rosa. Tudo isto embalado e pronto para levar congelado para preparar em casa.

Com uma década de atividade, a agroindústria, que hoje emprega noves pessoas, é fruto de uma sucessão familiar: “Começa com meu vô, Zé Leandro, passou para meu pai, Deoclécio, e agora eu. E quero ver se passo para meus filhos, Tiago, Miguel e Josué”, se emocionou Jucelito.

A origem do nome do empreendimento é curioso. Certa feita, há alguns anos, Jucelito saiu para o mar com uma rede de pesca de tainha e acabou capturando um tubarão-martelo. Ao retornar com o enorme peixe, um amigo empolgado criou uma arte e batizou o negócio de “Mar-Telinho”.

Jeropiga de Rio Grande (banca 195)

Gabriel Costa Dias, 28, é parte da sexta geração de agricultores que produzem a jeropiga, na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande. Mas o que é a jeropiga, perguntamos?

“É uma bebida de origem portuguesa que é feita do mosto da uva e não tem a fermentação de um vinho e conserva a característica da uva, mais adocicada e com mais sabor. É um pouco mais alcóolica”, elucidou Gabriel. A Jeropiga se compara a um vinho licoroso, tipo vinho do Porto. É uma bebida para tomar como aperitivo ou como uma sobremesa, explica.

Ele participa da feira ao lado do pai e da mãe, Rosângela Dias, proprietários da Agroindústria Costa Dias pelo segundo ano consecutivo. O processo de produção da jeropiga na Ilha dos Marinheiros é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do município de Rio Grande.

O Pavilhão

As agroindústrias presentes no Pavilhão da Agricultura Familiar fazem parte do Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e executado pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) nos municípios gaúchos.

A 46ª Expointer ocorre até 3 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O Pavilhão da Agricultura Familiar funciona todos os dias da feira, das 8h às 20h.

Por Rodrigo Martins/Ascom Expointer

 

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