Uma semana após a tragédia provocada pela passagem do ciclone extra tropical em São Leopoldo 41 pessoas estão fora de casa, ou seja, estão abrigadas em três entidades sociais duas na Feitoria e uma no Arroio da Manteiga. No total, o ciclone desabrigou 800 pessoas, ou seja, que ficaram literalmente na rua e precisam ser atendidas pelo Poder Público, enquanto outras pessoas ficaram desalojadas e foram provisoriamente para casa de parentes ou amigos.
“A normalidade não voltou para essas pessoas que seguem precisando de ajuda, de doações, que precisam refazer os documentos inclusive o cartão para os benefícios”, disse o Secretário de Assistência Social (SAS), Fábio Bernardo, no Berlinda News Entrevista de hoje (23) acrescentando o ginásio Celso Morbach está vazio porque as pessoas estão sendo atendidas nos CRAS. “Quem precisa de doação precisa ir no Cras de sua região e quem quer fazer doações deve ir na sede da SAS na rua São Joaquim, em frente ao Instituto Rio Branco”, explica Fábio.
Conforme Fábio Bernardo, o desafio começou por volta das 22 horas de quinta-feira (15) e só foi aumentando nos dias seguintes. “Hoje olhando as imagens do ginásio lotado de pessoas, doações, equipes do Poder Público e principalmente os voluntários, me pergunto como conseguimos dar conta. E já adianto que foi difícil e que aprendemos muito com os erros que cometemos. Claro que não queremos que o ciclone ou outro evento climático se repita, mas independente disso vamos nos planejar e montar protocolos”, avalia o secretário.
Maior erro
“O maior erro foi pessoas desabrigadas e doações no mesmo lugar. Digo isso porque muitas pessoas abrigadas no ginásio achavam que todas aquelas doações eram somente para eles. Tudo o que chegava no ginásio era separado para quem estava lá e para quem estava em outros sete locais abrigados.”
Cadastro de voluntários
“Nos próximos dias vou organizar um cadastro para voluntários essenciais nesse episódio a quem só temos que agradecer. Fazer voluntariado é desafiador principalmente numa situação como a que vivemos. É preciso estar preparado emocionalmente e psicologicamente para atender quem perdeu a casa, quem perdeu eletrodomésticos, quem perdeu um animal. É perda que foi conquistada no dia a dia com muito trabalho e isso desespera as pessoas. Agir só pela emoção também não dá. Ser voluntário significa estar preparado, equilibrado, digo isso com a propriedade de quem está há mais de três décadas trabalhando com isso.”
Mais doações
“Nesse momento precisamos de alimentos, colchões, produtos de higiene e limpeza. Até domingo devem chegar os produtos que a Prefeitura está comprando, mas não é suficiente. Numa situação como essa o ideal seria ter SAS 10 mil cestas básicas para distribuir já na sexta-feira (16). E essas doações devem ser entregues na SAS. Roupas já temos o suficiente.”
Solidariedade
“Sem os voluntários no atendimento, sem as doações e sem a participação direta da sociedade, de empresas emprestando caminhões, equipamentos, sem o exército, entidades sociais não teríamos dado conta. Muito obrigado de coração.”
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