O fenômeno que ocorreu no Estado causando alagamentos, diversos estragos e mortes, duas em São Leopoldo, foi a pauta do programa Berlinda News Entrevista desta terça-feira (20). Esse ciclone que castigou o município e após a cidade sofreu com as cheias dos Sinos, não é o primeiro e, segundo Marcelo Buz, ex-diretor da Defesa Civil leopoldense, e Márcio Link, um dos principais historiadores da região, não deve ser o último.
Conforme lembrou Buz, esses desastres naturais devem ocorrer com mais frequência e um período de tempo menor e os leopoldenses deverão apreender com lidar com isso. “A sociedade precisa se organizar porque agora temos dois eventos com o mesmo comportamento em um período de tempo menor, que são as cheias do rio, em 2013 e 2023. Agora tivemos pela primeira vez um episódio com ciclone, isso pode repetir. Então com tudo que temos de tecnologia podemos nos preparar com 24 horas de antecedência, pois é possível saber o que vai ocorrer com o rio e com esse tipo de fenômeno que tivemos”, ressalta Marcelo Buz afirmando que é preciso treinar a população para esse tipo de evento pois plano a Defesa Civil tem.
Durante o programa Márcio também lembrou do episódio que ocorreu ontem à noite, quando mensagens falsas de rompimento do dique circularam pelas redes sociais. E ressaltou a importância dos diques construídos em 1975 para proteger a cidade das cheias. “Os nossos diques foram criados em 1975, mas a ideia começou antes. Em 1973 foi criado o convênio com o governo da Alemanha, com 50% pago por eles e o restante com dinheiro nosso, mas os estudo ficaram prontos em 1969 com os planos hidrológicos do Rio dos Sinos, que já vinha de um convênio de 1963 entre Brasil e Alemanha. Então já havia essa preocupação com cheias do Rio e seu banhados”, lembra.
Ainda de acordo com o historiador São Leopoldo sofreu com várias enchentes antes do diques. Márcio citou as enchentes de 1941, 1965, 1967 e 1982. “A de 1941 foi bem complicada por causa dos ventos que represaram as água do Guaíba, mas até a de 1982 foi forte”, pontou.
Ao longo do programa Marcelo e Márcio foram pontuando casos como as ocupações da população em áreas que antes eram banhados. Citaram o problema da Ruas das Camélias, do bairro Feitoria e citaram a diferença do nível do mar entre São Leopoldo e Campo Bom, por exemplo.
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