POR CÍNTIA MACIEL: Não é romantizar, mas ajustar o olhar!

11 de junho de 2023 - 08:51
Por Cíntia Maciel

Frequentemente escuto a palavra “autista” com a intenção de adjetivar negativamente outra pessoa:

“Ah, não consegue realizar determinada tarefa, porque é autista!”
“Foi mal na prova? Autista!”
“Está concentrado, com o pensamento distante….” Só pode ser autista!”

Enfim, situações e exemplos não faltam para ilustrar essa conversa. Porém, fica a dica: cuidado com os rótulos! Examine-se antes de emitir comentários “pré-conceituosos”, ou seja, um julgamento antecipado daquilo que desconhece.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento e essa condição modifica a forma como indivíduos que estão no espectro veem e compreendem o mundo, bem como se relacionam com as outras pessoas. Portanto (e para tanto), não é uma doença!

Simples assim! Não são incapazes, como muitas pessoas pensam. O que acontece é que uns conseguem executar suas tarefas sozinhos; outros, precisam de ajuda. E está tudo bem!

Quantos “normais” por aí não necessitam de um apoio/suporte/ajuda?
(Muitos, não é mesmo ?).

Para esclarecer melhor, vale salientar alguns pontos referentes à diferença entre doença X síndrome X transtorno:

– Doença: toda alteração biológica do estado de saúde de um ser que se manifesta por um conjunto de sintomas perceptíveis ou não. É também tudo aquilo que causa enfermidade, mal ou moléstia.

– Síndrome: provoca um conjunto de sinais e sintomas. Estes ocorrem ao mesmo tempo e podem ter causas variadas, assemelhando-se a uma ou a várias doenças. São condições que ainda não têm uma causa bem definida.

– Transtorno: é uma condição de ordem psicológica e/ou mental que gera comprometimento na vida normal de uma pessoa.

Compreendidas as diferenças, sabe-se que não sendo uma doença, o autismo não tem cura. O autista não precisa ser curado. Precisa, sim, ser apoiado, ajudado e respeitado, para se desenvolver e criar independência e autonomia em sua vida.

Outra questão importante a apontar, é a origem da palavra Autismo: vem do grego “autós” e significa “de si mesmo”. Esse termo foi empregado pela primeira vez pelo psiquiatra suíço Eugene Bleuler em 1991. Bleuler tentou descrevê-lo como a “fuga da realidade e o retraimento interior…”

Essas e tantas outras InquietAÇÕES me fazem continuar buscando, aprendendo e compartilhando conhecimento para com todos aqueles que, direta ou indiretamente, têm um modo particular e peculiar de enxergar o mundo!

 

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Comentários

Maria de Lurdes Pinto

Muito bem colocado Cíntia
Maioria das pessoas desconhecem os casos e acabam julgando sem nem mesmo ter maiores informações para saber como proceder para conseguir auxiliar da melhor forma.

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