É impossível falar do Rio dos Sinos e suas bacias hidrográficas sem citar o trabalho desempenhado pelo grupo que forma o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos). O fórum, como é definido pela presidente Viviane Feijó, conta com 30 municípios e envolve 15 categorias de diversos setores da sociedade, tendo como função principal justamente o gerenciamento das águas dessas bacias. “O Comitesinos faz todo esse trabalho de gerenciamento e soluções de atritos. São debates para resolver conflitos que possam ocorrer entre produtores rurais, população em geral e operadoras de saneamentos. Então todas as decisões políticas envolvendo água são debatidas dentro do comitê e são levadas ao governo do Estado. Através do conselho de recursos hídricos são definidas resoluções, se for aprovada no conselho, para a nossa bacia hidrográfica aqui do Estado”, explicou Viviane, a primeira presidente mulher da entidade.
Ao lado do secretário do Meio Ambiente, Anderson Etter, ex-presidente do Comitesinos, Viviane falou dos 35 anos do Comitesinos, comemorado no dia 17, e do lançamento do I Simpósio de Manejo de Bacias Hidrográficas e Mudanças Climáticas, que ocorre de 10 a 13 de abril no Anfiteatro Pe. Werner, na Unisinos.
De acordo com a presidente, este é um debate necessário e urgente para tratar de questões que impactam a sociedade da bacia.
Durante o programa, o secretário também reforçou a importância do tema: “Não há absolutamente nada mais importante para nossa cidade, para região que o Rio dos Sinos. Aos longos dos seus 3.692 quilômetros quadrados, atendendo uma população de mais de 1,4 milhões de pessoas, segundo o senso de 2020, o Rio dos Sinos se constitui como o maior patrimônio natural que temos. Diante disso é necessário que temos o olhar em relação as nascentes (trabalho esse desenvolvido pela nossa Secretaria do Meio Ambiente) e aos arroios, porque tudo isso nos leva para a calha central do Rio dos Sinos. A verdade é que não existindo o rio, não há vida”, lembrou.
Etter também lembrou dos diques, que em certo momento serve como projeção das cheias, mas ao mesmo tempo afastou a comunidade leopoldense do Rio. “É um sentimento paradoxal. Ao mesmo tempo que tem algo positivo também tem os efeitos negativos. Mas isso proporcionou que certos locais da cidade passassem por processo de urbanização até então não previsto”, apontou o secretário.
Viviane Feijó também falou da primeira reunião ordinária de 2023 do Comitê, onde foi apresentado a contratação de uma obra de um projeto básico prioritário para controlar a vazão e o balanço hídrico das bacias do Sinos.
O convênio firmado em dezembro de 2020 entre Estado, através da SEMA, e Ministério do Desenvolvimento Regional, que consiste em identificar e executar ações de revitalizações nas bacias do Sinos e Gravataí também foi citado durante o programa.
Outra pauta que surgiu durante a entrevista foi o barco escola, que segundo o secretário será aberto mais uma edital, pois o primeiro não foi contemplado por nenhuma empresa.
Ouça abaixo a entrevista completa