Deam de São Leopoldo prendeu 13 agressores por violência doméstica e recebeu 500 ocorrências em 66 dias de 2023

8 de março de 2023 - 10:56
Por Isabella Belli

De 1º de janeiro até hoje, 8 de março, a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São Leopoldo, recebeu 500 ocorrências de violência contra a mulher e prendeu 13 agressores. “Parece muito, mas quantas vítimas não chegam até a Deam para registrar o que acontece entre quatro paredes, sem testemunhas”, questionou a titular da Deam, delegada Michele Arigony, no Berlinda News Entrevista de hoje, Dia Internacional da Mulher, junto com as advogadas Jucemara Toffoli, Joseli Troian, respectivamente secretária e presidente da Comissão da Mulher, da OAB/São Leopoldo. Para mudar a realidade das vítimas oferecendo proteção e justiça é fundamental a rede de apoio dos entes públicos, entidades representativas e da sociedade de maneira geral.

Essa é a proposta do evento “Te Liga Guria, Rede Unida pela Mulher”, organizado pela OAB/SL que vai acontecer dia 24, das 14 às 17 horas, no auditório do Ministério Público, na Avenida Unisinos, aberto ao público em geral, inclusive os homens. “O conhecimento da rede de apoio em caso de violência certamente é do conhecimento dos colegas que atuam na área criminal. Todos precisam estar informados. Isso é o que faremos no dia 24 quando cada autoridade da rede explicará seu papel, como a delegada, a Patrulha Maria da Penha, a secretaria de Mulheres, o Judiciário, entre outros. Infelizmente muitas mulheres se sujeitam à violência porque a única renda é a do marido. Por isso não depender deles (marido) é importante. Hoje em dia, por exemplo, muitas mulheres não conseguem emprego porque na entrevista dizem que pretendem ser mães”, destacou Jucemara.

Violência psicológica

“Muitas vítimas se sentem culpadas, acreditam que tenham feito alguma coisa para despertar a violência do companheiro. Também tem vergonha da família e da sociedade ou têm qualquer outro tipo de receio que as impede de procurar a polícia, como por exemplo, perder a guarda dos filhos, perder a única fonte de renda mensal. E os tipos de violência, infelizmente, vão além da física, que é o último tipo de violência aplicada pelo criminoso. Ano passado, 1.400 mulheres foram assassinadas no Brasil. Mas antes disso, muitas ainda sofrem com violência psicológica, moral e patrimonial”, salientou.

Sensibilidade e escuta

“Para trabalhar com esse tipo de violência, atuar na Deam é preciso ter perfil de sensibilidade e de escuta. Nosso papel não é de julgar, muito menos perguntar porque ela (vítima) só procurou a polícia agora, após anos. O que as vítimas não precisam é do julgamento das outras pessoas. Elas precisam ser acolhidas, respeitadas, orientadas sobre o que vai ocorrer após a denúncia, para onde ela irá num primeiro momento para que a violência pare. Aqui entra a rede de apoio que envolve muita gente, muitos setores da sociedade”, disse a delegada.

O que fazer?

O que fazer nesses casos já é conhecido por praticamente todos. Testemunhas devem denunciar pelo Disque 180, sem precisar se identificar. Já as vítimas podem e devem procurar a Delegacia da Mulher para registrar a ocorrência e pedir uma medida protetiva, e também o Centro Jacobina, localizado no Centro da cidade, onde são oferecido vários tipos de apoio, entre eles o psicológico.

Assista ao programa completo abaixo:

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