Consumidores que foram abastecer o carro ontem, um dia após o anúncio do aumento de tributos sobre os combustíveis se assustaram com os novos preços, que ficaram bem acima do projetado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o ministro, considerando a reoneração de R$ 0,47 e a redução dos preços da gasolina vendida pela Petrobras nas refinarias, o litro do produto teria uma alta por volta de R$ 0,34. No entanto, na maioria dos postos, a elevação foi bem maior. Em São Leopoldo teve posto que passaram de R$ 4,99 para R$ 5,56 o litro. Nesta quinta-feira, segundo a reportagem da Berlinda, o preço médio por litro é de R$ 5,59. A média de aumento em todo o país foi de R$ 0,50 a R$ 0,70, segundo o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares.
Ao fazer um cálculo, levando em consideração a mistura obrigatória de 73% de gasolina A com 27% de etanol anidro, o Sindicombustíveis chegou ao valor de reajuste de R$ 0,34 para a gasolina vendida ao consumidor. No entanto, com a diminuição de R$ 0,13 do preço do combustível pela Petrobras, a alta deveria ser de R$ 0,25. Um valor bem abaixo do que foi praticado pelas distribuidoras. “Pegando o total de impostos, menos o que a Petrobras fez, é o que devia ter aumentado hoje nas distribuidoras. O aumento que nós deveríamos receber hoje (ontem), era de R$ 0,25. Porém, houve uma alta de mais de R$ 0,70 nas distribuidoras”, disse Tavares.
O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo afirma que o consumidor precisa ficar atento à diferença de preço entre os postos de gasolina, o que vai exigir muita pesquisa. “Cabe ao consumidor também denunciar caso haja abuso por parte do posto de gasolina. Porque a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e as entidades de direito e defesa ao consumidor estão de olho nesse aspecto”, aconselhou o professor.
PROCON DE SÃO LEOPOLDO NAS RUAS
A fiscalização do Procon de São Leopoldo segue verificando os preços da gasolina comum em postos de combustíveis do município. De acordo com a diretora do Procon-SL, Neusa Azevedo, a ação está integrada à realização da pesquisa mensal e se faz dentro de um cenário com novas definições que o governo federal está projetando para o setor.
A diretora do Procon-SL frisa que os levantamentos e ações com os postos são importantes para a garantia dos direitos dos consumidores. “Com estes dados, buscamos verificar as variações caso haja alguma determinação do governo federal para retorno da cobrança de impostos sobre combustíveis. Nosso objetivo é coibir comportamentos oportunistas e evitar aumentos injustificados e a cobrança de preços abusivos”, destaca.
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