Hope, Malina, Joy e Mari: cadelas dos Bombeiros de SP chegam à Turquia para ajudar no resgate às vítimas de terremoto

11 de fevereiro de 2023 - 15:14

As cadelas Hope, Malina, Joy e Mari, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, desembarcam na última sexta-feira (10) em Ancara, capital da Turquia, para ajudar no resgate de vítimas do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país no início da semana.

O número oficial de mortos passa de 22 mil — a contagem quadruplicou desde segunda (6), e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pode chegar a 40 mil.

– Hope, Mari e Malina são pastoras belgas de Mallinois;
– Joy é uma labradora;
– Além das cachorras, 22 bombeiros, dois médicos militares e dois integrantes da Defesa Civil participam da missão;
– O 1° sargento Clóvis de Souza, condutor da Hope, conta que a cadela de 6 anos tem muita experiência em situações de desastre:

“Já participou de várias missões: duas vezes em Brumadinho; na ocorrência do prédio do Paissandu; na ocorrência do Rio de Janeiro, em Petrópolis; Franco da Rocha; Guarujá; inúmeros deslizamentos de terra na Grande São Paulo; e algumas ocorrências no interior também”, contou.

A agente Daniela informou que, após carregar o avião da Força Aérea da Turquia na capita, o grupo seguiria para a cidade de Adana: “De lá, a gente vai pegar nosso transporte para a cidade onde a gente vai trabalhar”.

O condutor da Malina disse que tudo é novidade para a cachorra, de apenas 1 ano e 8 meses: “O tempo que elas estão permanecendo na caixa de transporte é muito grande. Isso tem sido assustador não só para ela, como para as outras três cadelas nossas”.

“Elas estão se adaptando bem e não estão estressando ou traumatizando, que é o mais importante. A gente pode chegar na ocorrência e elas vão conseguir atuar de forma eficaz. Vão ter que descansar um pouquinho, mas, depois disso, vão atuar com eficácia”, garantiu.

Hope e outras 4 cadelas atuaram no desabamento no Paissandu
Os restos mortais de vítimas do prédio que desabou em 2018 no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, foram encontrados com a ajuda de cinco cães farejadores do Corpo de Bombeiros: Hope, Vasty, Sarah, Moli e Wiki.

Segundo o sargento Clovis Benedito Souza, a cadela da raça pastor belga de Mallinois Vasty, de 5 anos, e a labradora Sarah apontaram dois locais onde estavam soterrados ossos de moradores do prédio incendiado que ruiu na madrugada de 1º de maio.

“Geralmente, quando os cães farejam e encontram algo embaixo da terra, como um corpo, eles dão voltas ou sentam no local”, disse Souza. “Se acham alguém com vida, eles latem.”

“É um trabalho muito difícil devido às condições de fogo, poeira que podem ocorrer, mas elas são treinadas desde filhote para isso”, contou ele, que é adestrador da cadela Hope.

Treinamento
Para fazer parte dos bombeiros, não basta ter o faro apurado: os cachorros precisam ser curiosos, dóceis e brincalhões. Para verificar se os bichos têm essas características, quando filhotes eles são submetidos a provas que testam suas capacidades.

Os cães não podem ter medo de barulhos nem podem se estressar em ambientes movimentados. Durante os testes, os “candidatos” são apresentados a objetos que serão rotineiros no seu dia a dia, como sirenes e caminhões de resgate.

A corporação tem acordo com alguns canis para fazer esses testes. Os filhotes que se assustam com a barulheira logo são reprovados e devolvidos ao criador. Apenas os aprovados são comprados.

Algumas raças são preferidas pelos bombeiros por conta de sua disposição e facilidade no trato -caso dos labradores e dos pastores belgas de Mallinois.

Após a seleção, os filhotes são designados, cada um, ao seu próprio cinotécnico –nome dado aos bombeiros treinadores. O cinotécnico será responsável pelo adestramento e acompanhamento do cão até sua aposentadoria.

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