As manifestações, o conservadorismo e a internet na visão da sociologia e da ciência política

7 de novembro de 2022 - 19:56
Por Sônia Bettinelli

Sete dias após a eleição de 30 de outubro, os manifestantes contrários ao resultado seguem em frente aos quarteis e nas estradas pedindo a intervenção das Forças Armadas. Para tentar entender melhor esse movimento, o site Berlinda conversou com a socióloga e professora Sueli Cabral e com o cientista político e professor, ambos da Feevale para saber por quanto tempo esse movimento permanecerá.

“É difícil precisar um prazo, mas acredito que à medida que o novo governo vai assumindo, esses grupos tendem a arrefecer. Precisa lembrar que os 58 milhões de brasileiros que votaram em Bolsonaro não estão na rua. É um percentual pequeno dentro de um universo de 10 a 15 milhões (conforme pesquisas) de brasileiros mais radicalizados. A vida cotidiana exige um ritmo de trabalho, as pessoas querem trabalhar e virar essa página”, avalia o cientista político Everton Barbosa.

“O advento digital e o efeito manada”

Para a socióloga, professora da Feevale Sueli, o modelo econômico de muitos governos, a busca pelo pacto social e a incapacidade de unificar a população refletem no contexto atual das manifestações. “O conservadorismo sempre existiu, faz parte da ordem social. Mas o modelo econômico vai consolidar e a internet deu voz e visibilidade. É com o advento da era digital temos o efeito manada que escuta o que deixa mais favorável e decide seguir. O pacto social não foi possível unificar a sociedade e aí surgem os salvadores, isso em todo o mundo, e lembrando que a igualdade social incomoda alguns. Precisamos voltar ao processo civilizatório. O conservadorismo faz parte da democracia assim como o progressista”.

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