Circula nas redes sociais vídeo de um dossiê divulgado por um canal argentino que afirma haver fraudes nas eleições brasileiras e que as urnas eletrônicas dos modelos anteriores a 2020 não foram auditadas. É #FAKE.
A live enganosa compartilhada pelo canal La Derecha Diário mostra dados sobre as urnas eletrônicas anteriores a 2020, dizendo que não passam por auditoria – com o intuito de colocar em dúvida a veracidade do sistema de votação.
As afirmações, no entanto, são mentirosas, porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz auditorias nas urnas eletrônicas desde 2002. Em comunicado, a Justiça Eleitoral afirmou que todos os modelos de urna foram submetidos a testes e usados nas eleições de 2018.
“Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021)”, afirma o TSE.
Os sistemas de votação passam por dois testes, de integridade e de autenticidade, para garantir que não há divergência entre votos dados e votos registrados pelas urnas.
O teste de integridade simula uma votação normal e é realizado nos tribunais regionais eleitorais no dia da eleição. O objetivo é verificar se o voto depositado é o mesmo que a urna eletrônica registra. No procedimento, cédulas preenchidas previamente de forma aleatória são digitadas em urnas sorteadas. O processo é filmado e transmitido ao vivo pela internet. Em seguida, é feita uma checagem para saber se o boletim emitido pelo equipamento com dados sobre os votos corresponde exatamente aos votos em papel.
O teste de autenticidade comprova que estão instalados nas urnas eletrônicas os sistemas oficiais da Justiça Eleitoral, íntegros e autênticos. É feito também no dia da eleição, é público e acontece, em tempo real, em determinadas seções eleitorais, antes do início da votação.
O procedimento é acompanhado por partidos políticos, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público, que são convocados e devem chegar uma hora antes do início da votação para acompanhar o sorteio das urnas e todo o restante do processo.
Além desses testes que são realizados há 20 anos, foi feito também em 2022 o teste de biometria para verificar se a impressão digital corresponde com a do eleitor. E houve ainda uma análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de 3 mil boletins de urna, que não encontrou nenhuma divergência.
Antes, durante e depois das eleições há várias etapas de fiscalização e auditoria das urnas e do sistema eleitoral, informa o TSE. Veja quais são:
Antes da Eleição
12 meses antes: Abertura do código fonte
11 meses antes: Teste Públicos de Segurança (TPS)
6 meses antes: Teste de Confirmação do TPS
2 meses antes: Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas
1 mês antes: Cerimônia de Geração de Mídias
1 mês antes: Cerimônia de Preparação de Urnas
Véspera: Verificação dos sistemas eleitorais instalados no TSE e dos destinados à transmissão dos BUs
No dia da Eleição
Auditoria de funcionamento das urnas eletrônicas (teste de integridade)
Teste de autenticidade dos sistemas eleitorais
Zerésima
Registro Digital do Voto (RDV)
Boletim de Urna (BU)
Boletim na mão (aplicativo com todos os boletins de urna)
Depois da eleição
Até 3 dias: Publicação de arquivos na internet
Até 100 dias: Entrega dos dados, arquivos e relatórios
O g1 já publicou uma checagem em que como funciona a urna eletrônica e quais são as principais #FAKES sobre ela.
Por G1