Taurus terá em 2023 a primeira linha de produção de pistolas 100% automatizada no mundo

25 de outubro de 2022 - 13:08

A Taurus  terá em funcionamento ainda no primeiro semestre de 2023, em São Leopoldo, a primeira linha de produção 100% automatizada para a fabricação de pistolas. Será, de acordo com o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, a primeira operação deste tipo totalmente feita por robôs no mundo.

Parte destes equipamentos já chegou ao parque industrial da fabricante de armas, com um aporte, entre a compra de robôs e a montagem da linha de produção, de R$ 69 milhões. Faz parte do plano de investimentos de R$ 170 milhões da empresa no Rio Grande do Sul em 2022. “Atualmente, são automatizadas somente parte da fabricação e montagem de armas, como por exemplo, o polimento do tambor para revólveres. A partir deste processo que foi desenhado por inteiro dentro da Taurus e contratado o projeto para que uma empresa execute a automatização da linha, teremos toda a célula do ferrolho das pistolas produzida por robôs”, aponta o CEO.

Tendo fechado 2021 com a produção de 2,2 milhões de armas – sendo 1,59 milhão no Brasil –, entre 2018 e 2021, a Taurus praticamente dobrou sua produção. A intenção com os investimentos deste ano é ampliar a eficiência e a qualidade da produção brasileira, na unidade de São Leopoldo.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Para isso, parte dos investimentos é direcionada à formação de pessoal, com ênfase para parcerias em desenvolvimento de tecnologias com a Unisinos, Ufrgs, UFSC e UCS. Na Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), por exemplo, a Taurus mantém o MBA em processos de manufatura próprios. “Não adiantaria investirmos tanto na modernização dos equipamentos sem desenvolvermos as pessoas que trabalham na fábrica e que vão operar este processo todo”, justifica Nuhs.

Entre as novidades em modernização da produção – também incluídas no pacote de investimentos deste ano – está a atração para o parque industrial de São Leopoldo uma unidade de produção de DLC (diamond like carbon). Trata-se de um material que dá ao aço a resistência do diamante, aplicado sobretudo aos cabos das armas. Atualmente, este processo só é feito na unidade da Taurus nos Estados Unidos. “Hoje, parte da arma é enviada aos Estados Unidos, passa por este processo e retorna ao Brasil para a montagem. O que estamos possibilitando é a atração e instalação de um dos produtores de DLC para cá. Será um ganho em tecnologia e qualidade para a nossa produção, mas também a abertura de um mercado para este parceiro, que poderá atuar com esta tecnologia além da produção de armas”, explica Salesio Nuhs.
Para isso, será preciso a fabricação de um forno específico para esta produção. Segundo Nuhs, ainda está em fase final de definição do parceiro, que poderá vir da Holanda ou dos Estados Unidos.
300 contratações
Na semana passada, com exclusividade para reportagem da Berlinda News, Salésio Nuhs adiantou que a empresa deve contratar mais 300 pessoas para trabalhar nesta nova planta da empresa.
Fonte: Jornal do Comércio
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