Os efeitos da estiagem na agropecuária gaúcha interferem sobre o PIB. Conforme o Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), no segundo trimestre deste ano, houve uma retração de 3,5% quando se compara com o período de janeiro a março.
No recorte entre 2022 e o ano passado, a queda é ainda mais representativa, passa dos 11%. Os resultados até junho foram apresentados na tarde de ontem. Conforme a chefe da divisão de Análise Econômica do DEE, Vanessa Sulzbach, o resultado negativo era esperado.
Na divisão dos segmentos produtivos, a agropecuária teve uma diminuição de 38,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro e de 65,6% quando comparado com o período de abril a junho de 2021. Esse foi o pior resultado do segmento desde o início da série histórica, tabulada desde 2002.
A produção de soja, por exemplo, caiu 54,3%. Também sofreram redução expressiva, em relação a igual trimestre de 2021, arroz (-31,6%) e o milho (-9,8%).
Indústria e comércio
“Com a base alta do ano passado, a agropecuária sofreu a maior queda trimestral da série histórica. Seus efeitos no PIB gaúcho não foram maiores porque Indústria e Serviços, sobretudo o comércio, tiveram desempenhos bons no período”, analisa a diretora do DEE, Vanessa Sulzbach.
A Indústria apresentou alta de 3%. Conforme o Estado, os principais fatores devem-se as áreas de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+18,4%) e construção civil (+4,3%). Na indústria de transformação, houve alta de 1,7%. Nos Serviços, o crescimento no Estado foi de 1,6%, impulsionado pelo comércio (+6,9%). No primeiro semestre de 2022, a queda no PIB do Estado foi de 8,4%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB gaúcho apresentou retração de 2,4%.
Previsão no país
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC) cresceu 1,17%. Esse indicador é tido como uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto, o PIB. O resultado está acima das expectativas do mercado, que esperava alta em torno de 0,3%.
Na comparação com julho do ano passado, indicador cresceu 3,8%. Nos últimos 12 meses, acumula crescimento de 2,1%. O presidente do Conselho Regional de Economia, José Luiz Pagnussat, credita parte do crescimento da economia à queda da inflação que, em julho, recuou 0,68%, o maior tombo da série histórica.
“O crescimento da economia se acelera. Com isso, o país está se aproximando das taxas médias de crescimento mundial.”
Com a melhora da economia, o mercado e o governo aumentaram as projeções do PIB em 2022. As instituições financeiras apostam em 2,4%, enquanto o Ministério da Economia em 2,7%.
Fonte: Grupo A Hora