Você tem o costume de se automedicar? Ou sempre oferece um “remedinho” quando alguém reclama de dores? Então o programa Berlinda em Focco desta quarta-feira (3) foi para você. Sim, porque recebemos no estúdio o farmacêutico Flávio Camargo. Formado há 20 anos, ele é o farmacêutico responsável pela unidade da Farmácia Municipal na Ubam da Feitoria e também em uma das unidades da Panvel, no Centro de São Leopoldo.
Segundo ele, em 2020, dos 36% de casos de intoxicação registrados no Brasil, 15% foram por ingestão de medicamentos. Desses, 84% não sofreram sequelas, mas 16% sim.
“Ao indicar um remédio, as pessoas antes precisam entender que, quando o outro sente a mesma dor no mesmo lugar do corpo que você, não significa que ele esteja com o mesmo problema que você. O mesmo vale para a própria pessoa. Se automedicar também pode ter consequências. O uso exagerado de paracetamol, por exemplo, pode sobrecarregar o fígado”, explicou Camargo, durante o programa.
De acordo com ele, um dos problemas que levam a automedicação é o fato do Brasil ainda não vender remédios fracionados nas farmácias, como ocorre nos Estados Unidos.
“Se a pessoa precisa tomar só dez comprimidos, então a farmácia deveria vender esta quantidade apenas. Como isso não acontece aqui, normalmente acaba sobrando, o que induz a automedicação.”
Então, o que devemos fazer com os remédios que sobram? Camargo lembra que a Farmácia Municipal, tanto a que fica no Ginásio Celso Morbach como a da Ubam Feitoria, aceitam doações de medicamentos.
“Avaliamos as condições, como a embalagem e dentro do possível, doamos para quem precisa”, contou.
Já a maioria das farmácias privadas, já recebem remédios para dar o descarte correto. Conforme o farmacêutico, a Panvel, a São João e a Droga Raia já têm este serviço.
“É melhor, porque damos o descarte correto. Não podemos jogar no lixo de casa para não poluir o lençol freático, assim como devemos ter cuidado ao descarte remédios em vidro, para não causar acidentes aos recolhedores de lixo.”
Flávio Camargo também trouxe outro dado: de que estima-se que o Brasil em 2024 estará em 6º lugar entre os países em mais consomem medicamentos. “Em média, cada brasileiro gasta por ano, 88 dólares com remédios”, ressaltou.
Mas quando você vai à farmácia, a variedade da mesma medicação é enorme. Varia não só a marca, como o preço e ainda tem os medicamentos genéricos. O farmacêutico explicou a diferença entre eles e deu dicas sobre quais escolher.
“Temos os remédios de Referência, que são inovadores e que passaram por uma pesquisa antes de serem comercializados. Depois temos os Genéricos, que têm a mesma biodisponibilidade e bioequivalência que os de Referência, ou seja, com a mesma ação terapêutica, só não possuem uma marca específica. E temos os Similares, que não precisam passar pelos mesmos testes que os Genéricos passam. Neste caso, eu entendo que com o Genérico você está levando a mesma qualidade que o de Referência.”
Onde você costuma guardar os remédios?
Conforme Camargo, eles devem estar sempre longe do calor e da umidade. Sendo assim, banheiro, cozinha e locais fechados não são recomendados. “É preciso ter circulação de ar, temperatura e umidade controlada”, explicou ele que também lembrou: “Medicamento se toma sempre com água, preferencialmente em jejum. Existem ainda alguns específicos que é preciso ficar meia hora em pé.”
Quer saber mais? Assista o programa completo!