As construções sustentáveis são mais econômicas, geram menos manutenções e são realizadas em um tempo menor do que os empreendimentos tradicionais. Uma tendência que ganha força ao considerar a ecoeficiência — conceito que defende o uso racional de recursos naturais não renováveis.
O projeto da primeira sede do Consórcio Pró-Sinos, após 15 anos de trabalho em prol da educação ambiental, vai ao encontro desses princípios, buscando a diminuição na produção de resíduos, a transformação e reaproveitamento de materiais que já estavam condenados e a energia solar. “Estamos ansiosos para ver este projeto pronto, a futura sede espelha os nossos valores: de agilidade, de otimização de custos e de preservação ambiental”, ressaltou o presidente do Pró-Sinos e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal.
Para tanto, o Pró-Sinos lançou o edital para a tomada de preços para a escolha da empresa que será contratada para a execução do projeto. O consórcio receberá as propostas até o dia 17 de agosto, conforme o documento publicado. Atualmente, a equipe atua em uma sala cedida pela Prefeitura de Esteio.
O diretor técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Junior, explica o conceito sustentável em torno do planejamento, indicando que se trata da reutilização de uma área onde funcionava uma Estação de Tratamento de Esgoto. A área foi cedida pela Ambiental Metrosul, — parceira da Corsan na implantação da PPP do Saneamento na Região Metropolitana —, e que teria suas estruturas demolidas caso fosse um o projeto que não tivesse esse caráter de reutilização, por exemplo.
Parte da estrutura existente será mantida e adaptada. “Há leitos de secagem de lodo onde eram depositados os resíduos retirados da água durante o processo de tratamento. Esses locais serão higienizados e vão ser transformados em espelhos d’água, como um pequeno lago, que terá peixes e plantas aquáticas”, explicou Hener. A área que será aterrada receberá sucatas de contêineres, que serão restaurados e transformados em módulos habitáveis, local onde ficarão as 18 novas estações de trabalho, gerando um novo aproveitamento para um material que tinha esgotado a vida útil.
Além disso, um laboratório da antiga estação será transformado em banheiros, e parte das estruturas dos tanques de tratamento de esgoto e dos filtros serão mantidos para possível reaproveitamento em construções futuras. No quesito aproveitamento de energia, o complexo contará com painéis solares (fotovoltaicos) para geração de energia limpa e a utilização de telhado ecológico verde, o qual diminui a temperatura das instalações.
História
Criado em agosto de 2007, o Pró-Sinos é resultado da mobilização dos municípios banhados pelo Rio dos Sinos, após um dos mais graves desastres ambientais da história do Rio Grande do Sul, ocorrida em 2006, que ocasionou a mortandade de 90 toneladas de peixes. Desde então, há 15 anos, o Pró-Sinos trabalha pela recuperação do rio e como interlocutor dos municípios para o avanço na área do saneamento básico na região.