“Há um leilão por médicos”, dizem secretários de Saúde de São Leopoldo e Sapucaia do Sul

11 de abril de 2022 - 17:18
Por Sônia Bettinelli/Juliano Palinha

A falta ou dificuldade para contratar e manter profissionais médicos, pelos gestores municipais de Saúde, é um ponto  comum de São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio. O site Berlinda conversou com Diego Pitirini, Laércio Kerber  e Gilson Menezes, respectivamente SL, Sapucaia e Esteio e o que difere entre uma cidade e outra é o número de médicos e a especialidade.

“Temos vagas abertas em todas as empresas que nos prestam serviços e mais  um monte nas contratações diretas por credenciamento”, diz o secretário de Saúde SL, Diego. Segundo ele (secretário) o valor hora paga no município é o de mercado variando de 110, 120, 150 reais. Ontem (domingo), plantão de pediatria não apareceu na UPA. “Estamos vivendo uma circulação viral absurda. E isso tá acontecendo em todo o lugar. Então há um leilão por médicos”, destaca Diego.

Em São Leopoldo, conforme o secretário Diego, hoje a falta é de sete (7) médicos para atenção básica, plantonistas para escalas da Upa e do Centenário, especialmente pediatras.

Sem vínculo e pouca valorização

Para o assessor superior da Secretaria da Saúde de Sapucaia do Sul, Laércio Kerber, existe sim um leilão na hora/médica. “E isso reflete muito no atendimento, não apenas pela falta do profissional, mas aqueles (médicos) que conseguimos acabam não criando vínculo com a sua população, que isso é importante quando falamos em saúde porque o vínculo é muito importante”, explica o assessor.

Só o valor da hora

Enfermeiro de formação, Laércio também analisa o aspecto do profissional de saúde. “Pouca valorização do profissional e como a maioria dos municípios não fez concurso por conta da pandemia, e hoje oferecem vínculos precários e nada além do valor da hora que recebem. Diante disso, como não tem nada que o prenda o médico aceita proposta para ganhar mais”, observa.

“A situação de Sapucaia não é diferente desses outros municípios. Muitas vezes não conseguimos completar a carga horária e por isso a Prefeitura contratou uma empresa para suprir e pago muito caro”.

Falta de clínico

Conforme o secretário de Saúde de Esteio, Gilson Menezes, há mais de um mês a pasta tenta a contratação de clínico para a unidade de saúde da Cruzeiro, de 40 horas. “A gente está com dificuldade com clínico”, diz Gilson.

Ex-secretária municipal de Saúde e atual diretora do Hospital São Camilo de Esteio, Ana Boll. “Sempre tivemos problema de falta de médico, Mesmo tendo uma empresa terceirizada na rede de atenção primária, tem períodos que eles (empresa) consegue completar  e outros não”, diz Ana.

 

 

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