VIOLÊNCIA: Em média, três mulheres/dia buscam medida protetiva em São Leopoldo

14 de março de 2022 - 11:14
Por Sônia Bettinelli

Mensalmente a Patrulha Maria da Penha de São Leopoldo atende 90 medidas protetivas, médias de três por dia. “Estamos falando de vítimas que recebem a medida protetiva, ou seja, não estamos contabilizando os atendimentos que ficam só como registro, quando a vítima não dá continuidade até a medida”, explicou o soldado Cristiano Chaves de Freitas, no Berlinda News Entrevista de hoje (14), junto com a soldado Andreia Oliveira Bastião,  patrulheiros da Maria da Penha. São duas patrulhas Maria da Penha no 25° BPM para atendimento em São Leopoldo, Portão e Capela de Santana.

O trabalho dos patrulheiros começa após a ocorrência. “As pessoas devem ligar sempre para o 190 e quem estiver mais próximo fará o atendimento, inclusive nós mesmos. Nossa função é dar o apoio e proteção para a vítima, sem qualquer julgamento. Não interessa se é a primeira ou segunda vez que a vítima solicita ajuda. Sempre que formos acionados estaremos lá. A violência doméstica é um ciclo complexo que muitas vezes a família não entende. Por exemplo, se  a vítima voltar para o relacionamento, após uma agressão, a família decide “largar”  julgando que ela fará tudo novamente. Para nós, isso não tem qualquer importância. Se a vítima chamar 10 vezes iremos lá sem questionar”, diz a soldado Andreia.

Só o espaço físico 

Conforme os patrulheiros, em muitos casos a diferença entre a  violência em uma classe menos favorecida em relação à classe  média alta é o espaço físico. “Na classe média alta, por exemplo, a violência física, psicológica, sexual ocorre num andar da casa, entre quatro paredes  e os filhos não percebem. Já quando a violência ocorre em uma casa de um único cômodo todo mundo enxerga”, destaca o soldado Cristiano.

Pizza de calabresa

O caminho para pedir socorro é o 190, o número específico da Maria da Penha, 51 984135687, ou códigos como a máscara roxa em farmácias, x na mão ou pedido de pizza ao 190. “No início do ano, ao meio-dia, uma mulher ligou para o 190 e pediu pizza de calabresa sem borda. Inicialmente o policial disse que não era pizzaria, mas com a insistência da mulher ele identificou o pedido de socorro. O agressor foi preso no local”, conta Cristiano.

Atendimento nas empresas

Na sexta-feira, uma mulher de 49 anos (com medida protetiva ) foi morta pelo ex-companheiro dentro de uma empresa em Esteio. Eram colegas de trabalho, mas em turnos diferentes. A Patrulha Maria da Penha de SL atende mulheres com medida protetiva em locais de trabalho.

“Ligamos antes e pedimos se podemos ir na empresa para o acompanhamento da medida ou se prefere em outro local. Algumas mulheres permitem e as empresas sempre mudam turnos quando vítima e agressor trabalham no mesmo local”, explica Cristiano.

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Comentários

Ana alves

Infelizmente com juízes que temos em sao leopoldo viramos mais uma estatística na violência doméstica preferem deixar solto do que prender

Rosana Lobato

Infelizmente no país da impunidade que é o nosso, a medida protetiva é apenas um papel sem importância nenhuma!! E sinceramente, nunca vi papel salvar a vida de ninguém!!! Quantas mulheres já morreram com essa medida protetiva dentro da bolsa???

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