“Em que pese que todo mundo sabia que poderia acontecer uma guerra, isso ficou claro nas última semanas, porque há dois meses a maioria dos analistas políticos, inclusive eu, não acreditava que poderia acontecer essa guerra nessa escalada rápida e grande. A ideia era que se resolvesse sem a guerra”, disse o cientista político e professor de Relações Internacionais da Feevale, Rodrigo Perla Martins, hoje (25), no Berlinda News Entrevista, sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou nesta quinta-feira, 24.
“Não existe bandido e mocinho”
Para entender os motivos que resultaram na guerra, agora em 2022, o professor Rodrigo volta até 91, ano da independência da Ucrânia, até então território da União Soviética.
“A Ucrânia é um país jovem e territorialmente sempre esteve vinculado a Rússia, mas isso não quer dizer que se permita a invasão de uma nação soberana. Dizia aos alunos da Feevale que a produção hollywoodiana dos últimos 50 anos nos deixou mal acostumados sempre com bandido e mocinho. A guerra é complexa com interesses geopolíticos, sem mocinho e bandido.”
70% dos moradores da Ucrânia falam russo
Estudioso da política e principalmente conflitos internacionais, Rodrigo Perla traz mais aspectos dos “bastidores” do conflito, inclusive com moradores da Ucrânia que são favoráveis às razões da Rússia, de proteção a uma parte da população local.
“70% da população da Ucrânia fala russo e a cidadania é ucraniana com origem russa pela consanguinidade. E isso vai além do idioma, são as tradições e culturas praticadas.
Brasil tem relações comerciais com os dois países
Sobre o reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia para o Brasil, além, logicamente da retirada de brasileiros que vivem na Ucrânia, Rodrigo Perla diz que economicamente o Brasil tem relação de importação e exportação com os dois países. “O Brasil j[á se posicionou condenando a guerra e favorável a resolução de conflitos pela via do diálogo. Um pouco atrasado, o Brasil está fazendo o planejamento para trazer os brasileiros de volta, porque assim como a maioria dos analistas não acreditava na guerra.”