O resultado mais recente da coleta de amostra de esgoto realizado em São Leopoldo, na Estação de Tratamento de Esgoto Vicentina, sinalizou aumento da presença de coronavírus na rede de esgoto, indicando uma maior incidência do vírus na população.
O material, coletado na última terça-feira, 04/01/2021, apresentou 1.279.289,00 (Cg/L), sendo o maior resultado desde março de 2021. A quantidade de cópias genômicas por litro gera um alerta à população local que deve ter atenção aos sintomas e buscar atendimento médico e a realização do teste da Covid-19.
De acordo com a diretora de Operação do Semae, Viviane Feijó Machado, “a pesquisa permitiu detectar um grande aumento da circulação do coronavírus na população, pela presença genômica do vírus no esgoto cloacal, mesmo sem grande número de infectados sintomáticos. Os cuidados precisam ser mantidos”, esclarece.
Já para a gerente de Esgotamento Sanitário, Aline Barreto, houve um aumento de 6 vezes da carga viral em relação a todo o mês de dezembro. “Já estivemos em situação pior. Porém, desde março do ano passado não tínhamos um aumento tão relevante”, afirma.
Para o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, esses dados acendem um alerta quanto aos cuidados necessários de prevenção contra a COVID-19. “A partir da próxima semana, vamos reunir o Comitê de Combate ao Coronavírus para verificar quais as medidas deverão ser adotadas. Enquanto isso, reforçamos que a população redobre os cuidados, usando máscara, lavando bem as mãos, utilizando álcool gel para que não haja risco de nova superlotação nas unidades de saúde do município”, salienta.
O aumento da carga viral no esgoto vem sendo monitorado e observado em outras cidades brasileiras como Porto Alegre e Curitiba, que também emitiram alerta à população.
Pesquisa do Coronavírus no Esgoto
Desde 2020, O Semae, juntamente com o CEVS, FEPAM, UFRGS, FEEVALE, secretarias municipais, Dmae, Corsan, e outros parceiros, participa da pesquisa de detecção do coronavírus no esgoto em São Leopoldo. As coletas são realizadas na ETE Vicentina e as análises são realizadas no Laboratório de Microbiologia da UFRGS. A ETE Vicentina atende os bairros São Miguel e Centro, e parte dos bairros Santos Dumont, Rio dos Sinos e Vicentina, sendo responsável pelo tratamento de esgoto de cerca de 54 mil habitantes.
A pesquisa é importante porque acompanha a distribuição do contágio nas áreas monitoradas e esses dados podem ser utilizados para promover ações antes mesmo de serem registrados casos nas unidades de saúde.
O diretor-geral do Semae e vice-prefeito de São Leopoldo, Ary Moura, ressalta que, mesmo com a presença do vírus na rede de esgoto, não há nenhuma interferência na qualidade da água tratada pelo Semae. “A água tratada que nós distribuímos passa por uma etapa de desinfecção por cloro, garantindo que todo e qualquer microrganismo seja eliminado. Portanto, na água potável não há coronavírus. A qualidade da água é verificada diariamente, de hora em hora”, destaca.