A Secretaria Municipal de Educação (Smed) realizou a segunda busca ativa do ano na quinta-feira, 9 de dezembro. A atividade ocorreu na Tenda da Resistência, na Ocupação Steigleder. Foi a segunda rodada realizada neste ano, após o período de suspensão devido à pandemia. O objetivo é auxiliar as crianças e os adolescentes que estão sem escola para 2022, além de oferecer ajuda à comunidade em outras áreas.
Foi realizada através da Central de Matrículas e da Diretoria de Tecnologia para a Educação (DTE) a inscrição e cadastro das crianças de quatro e cinco anos, e as que estão no primeiro ano do Ensino Fundamental. Para os beneficiários do Bolsa Família foi feita a verificação do Cadastro Único e as pessoas receberam orientações e a pesagem para crianças e mulheres.
Houve também o cadastramento para os interessados em ingressar na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, equipes do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Nordeste e do Conselho Tutelar de São Leopoldo estiveram presentes também, prestando atendimento às famílias. As conselheiras explicaram que a ideia é dar apoio e orientação, tanto na organização familiar quanto no que se refere às questões escolares e também informar questões como horário de atendimento.
A equipe da Busca Ativa Escolar, que é uma busca diferente, realizada por outro setor da Smed, esteve circulando pela região. O objetivo é localizar aquelas crianças e adolescentes que estão matriculados nas escolas, mas por algum motivo não estão comparecendo às aulas, a fim de prevenir a evasão escolar. Além disso, integrantes de escolas credenciadas do município estiveram presentes durante o evento, promovendo atividades recreativas para as crianças.
De acordo com a diretora em exercício da DTE, Fabiane Lemos, esta é uma iniciativa muito importante, desenvolvida por várias mãos e que visa auxiliar as comunidades das ocupações leopoldenses. “São Leopoldo é um dos únicos municípios do Brasil com mais de duzentos mil habitantes que realiza a busca”, frisou.
Representante da comunidade há oito anos e membro do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Cléber Martins, afirmou que há uma boa relação com a administração municipal e que essas iniciativas têm a função de amenizar problemas como a desigualdade social. “É de extrema importância, porque geralmente a periferia fica desassistida e quando essas equipes vêm aqui eles escutam as pessoas. Há uma necessidade desse tipo de ação, para dialogar e muitas vezes explicar quais são os nossos direitos, o que abre portas”, reforçou.
Ao todo foram realizadas 25 pesagens para o Bolsa Família, foram feitos 11 agendamentos com CRAS Nordeste, seis cadastros de Cadastro Único, dois agendamentos de famílias com Conselho Tutelar e 19 encaminhamentos da Central de Matrículas.
A moradora da ocupação, Teresa Schmidt, de 63 anos, estava à procura de auxílio para recolocação de sua filha na escola. “Eu tenho fé que com a ajuda do pessoal aqui, que é bem atencioso, eu vou conseguir”, explicou. Já Patrícia Oliveira, de 35 anos, compareceu para realizar a pesagem dela e da filha de 9 meses, Ágatha, e afirmou que foi bem recebida. A pesagem é feita duas vezes por ano e é um dos critérios para manutenção do benefício. “A gente compra leite. Tenho o Bolsa Família há cinco ou seis anos e sem ele íamos passar fome”, disse.
