O Cultura Capilé na Berlinda desta sexta-feira, 03, recebeu o fotógrafo, servidor público do Semae e torcedor do Clube Esportivo Aimoré, Digue Cardoso. Formado em Letras, ele conta que a cultura e a fotografia entraram na sua vida em meados dos anos 2000, quando fundou a banda Digue, que tocava pela noite leopoldense e pelo interior do estado.
“Na época tinha muito cuidado com a questão de imagem da banda. Pouca gente se preocupava com isso, e eu sempre tive a preocupação de fazer fotos legais e um trabalho bacana para divulgar a banda. Sempre tive por perto bons fotógrafos como César Barbosa e Félix Zucco. Fomos uma banda que sempre tinha muita gente trabalhando com imagem e audiovisual”, relata.
A oportunidade de atuar como fotógrafo apareceu por volta de 2011 e 2012 quando as redes sociais estavam surgindo e como torcedor do Aimoré percebeu a inexistência de registros de jogos: “Pensei que precisava ter fotos dos jogos, ter algum material, então comecei a usar equipamento emprestado de amigos e comecei a fazer fotos.” Por volta de 2014 e 2015 ingressou em uma agência de Porto Alegre para fazer fotos do Aimoré e Esporte Clube Novo Hamburgo no Gauchão.
Para Digue produzir uma foto esportiva é uma questão de esperar o momento adequado. “A gente dá o clique antes do lance”, diz. Segundo ele, o fotógrafo precisa saber reconhecer onde atua melhor. “Por exemplo, eu não faço fotos de casamento. Hoje estou muito focado na gastronomia, em institucionais e tento buscar a arte dentro disso. Busco referências, temos fotógrafos que são fenômenos”, destaca.
Conforme Digue, é preciso se dedicar ao estudo: “Fiz bastante de cursos, fiz extensão na Feevale de quase um ano. Fiz curso de audiovisual da própria Adobe. O estudo na fotografia é tudo, estou sempre procurando referência e na internet tem muita coisa.”
Aventuras e viagens
Com a proximidade da fotografia, Digue relata que via muitas fotos de viagens, que é um de seus hobbies favoritos. E da paixão pela fotografia e por viajar, ele e a esposa Carolina Nogueira pensaram numa possibilidade de conhecer lugares sem gastar muito. “Temos o projeto Nós de Carro. Pensamos que queríamos conhecer o mundo afora e como fazer isso com pouca grana? Decidimos desbravar a América de carro e com isso descobrimos que não existe viagem igual a de carro. Na nossa primeira viagem fomos ao Deserto do Atacama, fizemos um caminho diferente do tradicional. Descemos pelo Uruguai, fizemos a Argentina, atravessamos a Cordilheira dos Andes, paramos em Santiago do Chile, fomos até o litoral do Chile, subimos mais de 1500 quilômetros pela Panamericana”, relata.
Digue afirma que uma viagem feita de carro possibilita muitas outras experiências e imagens: “O que mais nos surpreendeu nessa viagem foi conhecer o litoral do Chile. São coisas que somente uma viagem de carro proporciona. Dormíamos no carro, às vezes em algum pátio. Essa foi uma viagem mais tranquila, pois a localidade é mais populosa.” Mas, Digue orienta que a viagem e roteiro devem ser bem planejados, principalmente para não correr nenhum risco.
Na segunda viagem, também de carro, pouco antes da pandemia, ele conta que resolveram ir até o final do mundo, no Ushuaia, na Argentina, cidade mais próxima da Antártida. São sete mil quilômetros somente de ida. “Atravessamos pelo Uruguai e o carro de balsa para Buenos Aires. Quando chegamos na Patagônia, as cidades começam a ficar de 500 a 600 quilômetros entre uma e outra, a estrada é vazia, não tem sinal de telefone, às vezes tem um posto de gasolina no meio do trajeto”, conta.
Além de conhecer lugares incríveis e pessoas de toda a parte, definir cada local do roteiro, estadia, a viagem proporciona cultura e outras experiências. Segundo Digue, uma viagem como a dele e da esposa Carolina, se fosse feita de avião, seriam necessárias pelo menos umas seis viagens para conhecer todos os locais.
Para conhecer mais das aventuras do casal, que viaja com uma Spin adaptada para o conforto necessário, acesse o perfil no Instagram @nosdecarro e o canal no YouTube, Nós de Carro.