A saúde de Esteio foi tema do Berlinda News Entrevista desta quinta-feira, 25, com a presença da Secretária de Saúde do município, Ana Boll. “Falar sobre saúde nunca é demais, esclarecer o público é fundamental, principalmente quando somos bombardeados por milhares de informações de todas as ordens e fontes. É sempre importante ver a origem da informação. Nós, na secretaria sempre trabalhamos com as notas técnicas e oficiais do Ministério da Saúde”, iniciou Ana.
Desde segunda-feira, 22, a cidade já está realizando a dose de reforço de vacinas contra a Covid-19 para pessoas acima dos 18 anos e imunodeprimidos que já tenham feito a segunda aplicação há mais de cinco meses. Hoje o período entre as vacinas é de cinco meses após a segunda dose ou da dose única.
De acordo com a secretária Ana, até a última terça-feira 80,3% da população total de Esteio já estava com o ciclo vacinal completo, ou seja, com as duas doses feitas. “É um quadro excelente, queremos chegar logo aos 90%. Estamos aplicando de 700 a 800 vacinas por dia, incluindo a primeira, segunda e terceira doses”, salienta.
A vacinação está centralizada na Secretaria de Saúde (Centro Administrativo de Saúde, Avenida Padre Claret, 666), de segunda a sexta-feira, até às 20 horas, e é realizada por meio de agendamento, conforme o município recebe as remessas. A segunda dose faz parte do calendário regular, e está indicada na carteirinha de vacinação, hoje realizada oito semanas após a primeira aplicação. Já para primeira e terceira dose é preciso agendar pelo site da Prefeitura.
Ana destaca que em países como a Alemanha e França, novas ondas do vírus estão surgindo, consequentemente com novos casos. Porém, a cobertura vacinal por lá é menor, cerca de 60% da população. “Hoje, se temos a redução da mortalidade, os hospitais têm leitos disponíveis e possibilidade de cirurgias é porque reduziu o número de casos de Covid drasticamente”, afirma. “Tanto óbitos como internações diminuiu cerca de 80%, isso porque vacinamos. Temos a prova concreta que a vacina funciona e qualquer vacina é excelente, tem ótimo resultado.”
Vacinação cruzada
Para esclarecer os questionamentos da população, que ainda têm dúvidas quanto ao tomar as diferentes vacinas, Ana explica: “À medida que a ciência avançou nos estudos das vacinas, chegaram à conclusão que podem ser cruzadas. Não há nenhum problema de cruzar as vacinas, isto já está comprovado. É importante que as pessoas entendam o que a vacina faz no corpo. Todas elas causam em nós uma reação, é injetado um antígeno e a reação é a expectativa da criação de um anticorpo. Todas tem um percentual de cobertura, nenhuma é 100% eficaz. Quando as mortes reduzem é porque temos muitas pessoas vacinadas e começam a ter uma reação, então combatemos o vírus selvagem que chamamos de circulantes e os casos graves.”
Ana explica que, a exemplo de outras vacinas, o vírus da gripe é muito mutável e a cada ano uma nova vacina é produzida com uma nova cepa de vírus para combater os casos graves de gripes. As pessoas que morrem nos casos graves são as que têm comorbidades severas, idosos mais fragilizados, pessoas hospitalizadas, que estão suscetíveis a outras infecções. “As pessoas não se dão conta, mas quando começou a vacinação da gripe em 2000, antes disso tínhamos um número muito grande de pessoas que morriam por complicações da gripe. Com a vacinação os números despencaram mais de 90% dessas causas de óbitos”, destaca.
Segundo Ana, os números têm reduzido assim como as curvas devido a aplicação de todas as vacinas, e é importante que as pessoas fiquem cientes que não devem tentar escolher vacina, todas são eficazes: “Precisamos abrir os olhos e a mente porque todos queremos sair desse quadro pandêmico. Ainda não estamos no período de pós-pandemia, precisamos olhar para os lados.”
A secretária ainda pontua que muitos dos jovens com idades até 20 anos ainda estão com o ciclo vacinal incompleto. E a Secretaria de Saúde está com busca ativa do público que ainda falta fazer a vacina.
Além do tema da vacinação da Covid-19, confira os outros tópicos abordados pela secretária de saúde de Esteio, Ana Boll, na entrevista completa.
