Os apenados da Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul (PESS) podem prestar serviço na área de produção de uniformes e receber até 75% do valor de um salário mínimo nacional pelo trabalho prestado dentro da prisão. Na semana passada representantes da empresa Investte Uniformes & EPI’s visitaram duas unidade prisional com objetivo de viabilizar um Termo de Cooperação para a utilização de mão de obra prisional. Além de Sapucaia do Sul foi visitado o Complexo Penitenciário de Canoas (Pecan II, III e IV).
A chefe do trabalho prisional do Departamento de Tratamento Penal (DTP) da Superintendência dos Serviços Penitenciárias (Susepe), Elisandra Minozzo, recepcionou o coordenador de produção da empresa, Luciano Senger, o coordenador de marketing, Lucas Antônio, e a representante da gestão de pessoas, Bruna Costa. A Investte é uma companhia que atua na área de equipamentos de proteção individual, de sinalização e fabricação própria de uniformes profissionais, produzindo, atualmente, cerca de 15 mil a 20 mil peças por mês. A ideia de usar a mão de obras prisional é aumentar a sua produção, com um foco na sua maior deficiência produtiva (a camisaria). Na visita a empresa conheceu o espaço disponível nas unidades para uma possível consolidação da parceria.
Durante a visita ao Complexo da Pecan, eles tiveram a oportunidade de ver de perto os trabalhos realizados pelos apenados, que incluem a produção de móveis, o acabamento de peças de borracha e a confecção de roupas. “Em questão de estrutura pessoal e gestão, a Pecan está pronta. Eu realmente fiquei impressionado com o trabalho realizado aqui”, afirmou Senger.
O Termo de Cooperação permite que o apenado contratado pela empresa receba até 75% do valor de um salário mínimo nacional. No entanto, antes de serem contratados para o trabalho remunerado, eles precisam ser treinados e qualificados pela empresa ou pela unidade prisional. As alternativas devem ser discutidas entre as duas partes.
Para Elisandra, “o trabalho prisional tem significado para além da capacitação e geração de renda das pessoas presas, pois, através do trabalho é possível que os apenados ressignifiquem as suas vidas e se sintam incluídos socialmente”. Para os empresários, ela acredita que é uma oportunidade de inovação e economicidade, já que a mão de obra prisional chega a ser até 60% mais barata.