A atuação da Polícia Civil no combate ao crime foi a pauta do Berlinda News Entrevista desta terça-feira (09), com as presenças da Delegada de Polícia de Esteio, Luciane Bertoletti, e o Delegado de Polícia Civil PC/RS e Diretor da 2ª DPRM Regional de Canoas, Mario Souza.
“Hoje a situação está bem melhor, diminuímos muito o roubo a pedestres e a estabelecimentos comerciais. Temos boas expectativas para os próximos meses, mas ainda temos muitas frentes para atuar”, declara a delegada.
Conforme o delegado Souza, a pandemia provocou mudanças até mesmo na forma de organização dos crimes. “Com a pandemia, os pontos de tráficos fixos mudaram”, afirma. A delegada diz que os criminosos eram ousados na forma de comercializar as drogas. “Quando cheguei em Esteio no início de 2020 fizemos uma grande operação, com apreensão de drogas e armas. E notamos essa mudança no tráfico. Fizemos outras operações como a To Go para combater essa nova forma de tráfico, pelo delivery, com cerca de 35 pessoas presas. Recentemente os criminosos estavam retomando as atividades de forma discreta e utilizando os usuários para fazer a distribuição, com entregas em janelas, frestas e portões de residência”, relata.
Na semana passada foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão no bairro Pedreiras, em Esteio. Os criminosos estavam retomando o comércio de drogas após o longo período de confinamento da pandemia. “Realizamos a operação Pick-Up para que não retorne esses pontos fixos, e já não era mais só na Pedreira, já estava em outros lugares da cidade”, comenta a delegada Luciane.
Interação com a comunidade
Os delegados destacam que as investigações são constantes, e algumas demoram meses para serem esclarecidas, pois não pode haver erro. Por isso é necessário que a população contribua com a atuação da polícia. “A integração da comunidade com a polícia é muito importante porque muitas das informações que recebemos vêm da comunidade, e as pessoas têm essa confiança na polícia, sabem que é um trabalho honesto e sério. Acreditamos realmente que a comunidade sabe que a polícia age para combater esses crimes”, salienta Luciane.
É garantido o sigilo e anonimato de quem faz a denúncia, que podem ser feitas sobre qualquer tipo de crime. A informação pode ser passada à polícia pelo 181. “A Polícia Civil precisa respeitar a vida privada, se não houver demanda, a polícia não pode abordar o cidadão e questionar. A comunidade é fundamental, se todos denunciarem os crimes que veem, vamos poder agir”, destaca Souza.
Crimes diversos
Além de combater o tráfico, a polícia atua frente a vários outros crimes e aconselha a comunidade a não compactuar com as possíveis práticas criminosas, como na receptação de fios de cobre furtados. “A maioria dos que furtam são usuários de drogas. Sempre vai haver repressão, mas é importante que quem tenha esse tipo de comércio, não compre fios furtados, pois o usuário vai furtar de novo e isso causa um transtorno gigante”, esclarece o delegado.
Operações
O trabalho da polícia exige paciência e que seja feito de forma minuciosa para garantir resultados efetivos. Para o delegado Souza, as operações são fundamentais para esclarecer os crimes. “Atuamos com a Operação Inocência que combate à pedofilia, e desde 2019 já foram presos mais de 80 pedófilos em Canoas”, relata Souza. O delegado esclarece que a resolução desse tipo de crime é lenta, mas muitos dos criminosos guardam vídeos como lembranças, e é por esse descuido que a polícia consegue agir. Na maioria dos casos, o pedófilo é um vizinho, um parente ou amigo da família, que tem a confiança da criança.
“Temos operação permanente contra a pedofilia. O crime de estupro é extremamente complexo, tem que ser algo muito bem trabalhado para chegar a prisões. É um trabalho de investigação que demora meses e não pode errar. Para mim é muito gratificante esse tipo de prisão porque não tira só um criminoso da comunidade, tira um doente”, afirma a delegada Luciane.