Maternidade: experiência pessoal de dar à luz a um filho, protagonizada por uma mulher, em determinado momento de sua vida. Lindo, não e mesmo?
Pois bem! Ser mãe é um desafio e como tal carrega em si diversas mudanças: emoções, medos e expectativas nascem desde o instante da “descoberta”. Tudo se transforma, se potencializa.
Somos (e aqui me incluo na conversa) sensibilidade à flor da pele. Sonhamos com o filho perfeito e prospectamos a ele o melhor “dos futuros”.
A magia da espera nos faz sonhar os mais incríveis sonhos. O tempo passa diferente durante a gestação. Detalhes são carinhosamente planejados e organizados. Coisa de mãe, que mesmo sem conhecer seu “pacotinho de amor”, já é louca por ele. E esse sentimento sublime faz com que a futura mamãe crie cada vez mais coragem para assumir o seu papel.
Mas, e quando acontece o inesperado?
O plano inicial era o de ter um “filho perfeito” e a história não foi bem assim.
Tudo saiu, literalmente, do controle com o diagnóstico do autismo.
Base familiar desestruturada. Medo do desconhecido, que está logo ali e que precisa ser enfrentado. Além disso, para alguns pais também paira o sentimento de culpa e algumas perguntas não querem calar: “O que fizemos de errado?” “Por que com a gente?” “E se não dermos conta de lidar?” “Ele/ela vai ficar bem?”
A partir do diagnóstico, é necessário encarar a nova realidade, porque é extremamente importante que haja união entre todos que convivem com a criança, possibilitando o aprendizado conjunto.
Historicamente, muitas mulheres têm de abdicar de suas vidas profissionais ou acabam agregando outras funções para darem conta das demandas que surgem.
As amizades mudam (ou até se desfazem) e, por outro lado, os laços se estreitam com as mães de outras crianças também autistas.
Vale salientar que, independente de laudo e/ou diagnóstico, nada pode tirar o “brilho” dessas genitoras. Da mesma forma que ninguém pode tirar delas o direito de inserir seus pequenos em aulas de balé, natação, futebol, festas infantis e qualquer outra atividade que as crianças “normais” participam.
Não estou aqui para “romantizar” a causa, tampouco mascarar os desafios enfrentados pelas famílias. Penso que os pais e, na maior parte das vezes, as mães de autistas precisam ser vistas, valorizadas e respeitadas, saindo da invisibilidade, do anonimato.
E num país onde participante de BBB é tratado como herói, eu digo: essas mães, sim, são as pessoas mais poderosas que conheço, pois carregam no peito o “super poder do amor”!
A saber:
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), diz que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) se identifica como uma série de condições caracterizadas por algum grau de comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesse e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. Estima-se que em todo o mundo, uma a cada 160 crianças apresentam o transtorno. No Brasil, não é possível informar a quantidade de casos por habitantes, pois não há estudos estatísticos nesse sentido.
Muito lindo o texto! Parabéns!
Maravilha de texto Cíntia ❤️