Faltando mais de um ano para acabar seu segundo mandato à frente do Clube Esportivo Aimoré, o presidente Ronaldo Vieira surpreendeu a todos nesta terça-feira (31) e anunciou sua renúncia. Na próxima segunda-feira (6) deixa o clube índio. “Avaliei mal a reeleição. Pensei que com a Série D do Brasileiro a comunidade, de modo muito especial o empresariado, iria apoiar o clube. Ficaram as mesmas empresas de sempre. São Leopoldo precisaria de pelo menos dez empresários como o Cesar Folle da Br Supply”, desabafa o presidente.
Vieira diz que não deixa o clube por causa da dívida de R$ 900 mil que é mencionada por alguns conselheiros nas redes sociais. Porém, segundo ele, essa dívida existirá no futuro, caso siga a falta de apoio do empresariado local e administração municipal. “Essa dívida não existe. Quando eu assumi havia uma dívida bem maior. Tinha sido antecipado R$ 440 mil da Federação Gaúcha de Futebol (parte de um dinheiro repassado aos clubes de Série A pela TV), tinha uma folha de novembro, rescisões, décimo terceiro dos atletas da época e outras dívidas, como energia elétrica e parcelamento por fazer. Chegamos até aqui mantendo os parcelamentos e a folha em dia”, comenta.
O presidente diz ainda que o clube fez 4 empréstimos com 20 parcelas de 12 mil. Conforme o mandatário índio, esses valores estão sendo pagos mensalmente. “Esses empréstimos são os menores problemas. Quando falam em R$ 900 mil é por causa da falta de apoio do empresariado local e administração municipal. Sem recurso novo e vivendo do aluguel da torre, Cads e bar e R$ 3,5 mil dos associados não tem como fazer futebol. Com uma folha mínima de R$ 100 mil mais tudo que falei é o que vai virar lá na frente se a comunidade não ajudar.
Mágoa por falta de apoio da Prefeitura e vereadores
O presidente reconhece que a pandemia atrapalhou muito, mas mostra uma mágoa grande do poder executivo e legislativo de São Leopoldo. “O apoio da Prefeitura foi apenas os R$ 10 mil por mês do Semae. Porém, na terceira divisão do gaúcho a prefeitura colocou R$ 350 mil no clube. Ainda tinha o valor do Semae. Eu mesmo quando fui diretor do Semae coloquei R$ 200 mil por ano. Então não pode numa época que o clube disputa a Segunda Divisão ter um valor de mais R$ 300 mil e agora jogando uma Série A do gaúcho e D do Brasileiro e ainda a Copa da Federação, ou seja, três competições, o valor reduzir para um terço”, desabafa.
Vieira diz que até um projeto de inclusão de alunos da rede municipal com o clube foi feito e está há mais de 40 dias sem retorno do poder público. “Tentamos uma articulação com os vereadores para aproximar o clube e também não houve resultado”.
Questionado sobre quem assume o clube no seu lugar, Vieira não respondeu.