Na madrugada desta terça-feira (24), os criminosos voltaram a rondar a linha dos trens em São Leopoldo. Dessa vez, a estratégia foi cortar a concertina – arame farpado espiralado para evitar invasões – no muro de acesso. Felizmente não conseguiram entrar para furtar mais cabos. “A medida que adotamos foi eficaz e impediu mais um ataque desses criminosos”, afirmou o Diretor de Operação da Trensurb, Luiz Eduardo Fidell, no Berlinda News Entrevista de hoje, junto com o supervisor de Segurança, Giuliano Boeck.
.
Desde ontem, (23), direção e serviço de Segurança da empresa estão se reunindo com os órgãos de Segurança Pública das três esferas: federal, estadual e municipal. “Estamos construindo com a Polícia Federal, Brigada Militar, Polícia Civil e Guarda uma ação e estratégia para uma resposta rápida aos usuários e à sociedade. A Tresurb não é uma ilha. É preciso a integração para tratar de uma situação grave que coloca em risco a segurança dos trabalhadores da empresa e usuários. Neste momento nossa estratégia é conter esses furtos”, observou Giuliano Boeck.
Do furto ao receptador
Fidell e Giuliano reforçam que essas reuniões servirão para traçar estratégias e punir não apenas quem rouba, mas principalmente quem compra esses fios. “Queremos mapear o caminho que esses cabos furtados fazem quando são roubados por esses criminosos. Buscamos atacar quem compra, o receptador”, diz Fidell.

Nesta terça-feira técnicos fizeram inspeção na via
Crise econômica
O diretor da Trensurb reconhece que a crise econômica é um dos principais motivos do aumento de ataques ao trem. Só nesses 8 meses de 2021 foram 77. “São ataques ciclícos e tem relação com a situação financeira do país. Já registramos um motorista de aplicativo, descer do carro e pular o muro que separa a linha do trem da via para roubar. Nossas câmeras de monitoramento flagraram tudo”, destacou o diretor.
Giuliano chama atenção para outro problema social que resulta nos furtos de cabo: vulnerabilidade de moradores em situação de rua. “Já tivemos casos da pessoa admitir que rouba para comprar pedra (craque). Por isso é importante a participação de todos. Além das forças de segurança, os governantes. Até buscar algo na lei para o enquadramento mais severo desses crimes”.
Ouça abaixo a entrevista completa.