Entre um plantão e outro o estetoscópio é substituído pelo violão. Ao invés de ouvir, surge o momento de falar, ou melhor, soltar a voz. Tem sido assim a vida do doutor Werner Carvalho, que durante anos tem dividido a paixão pela música e o amor pela medicina, carreira que escolheu ainda menino.
No programa Cultura Capilé desta sexta-feira (20), o doutor deu várias palhinhas e mostrou que não esqueceu a receita certa para soltar a voz sem desafinar. “A medicina foi uma coisa muito natural. Lá pelos meus 9 e 10 anos, não sei de onde tirei, pois não existia médico na família, mas já operava as bonecas da minhaiormã. A música entrou na minha vida em 1976, estava com 11 anos. Chegando no Colégio Sinodal e conheci o professor Aloísio Kolling, do Instituto Schubert. Então tudo que eu sou e desenvolvi na música devo ao professor Kolling”, lembrou.
Werner, que é pediatra e também legista no Instituto Médico Legal, disse que o pensamento não é viver da música, mas sim dar espaço a ela na sua vida, após se aposentar. Revelou também que a música no dia a dia serve para se acalmar e ver que o mundo é diferente desta correria da medicina.
Do palco para o plantão
O doutor relembrou fatos que juntaram música/medicina. Quando trabalhava no Hospital de São Jerônimo, por exemplo, durante o jantar. “Estava tocando no palco faceiro da vida, quando vi uma paciente minha fazendo sinal. Imaginei que seria elogiado pelo talento musical, mas não foi isso. Ela foi me chamar porque o filho dela estava no hospital com muita febre. Sai do palco e fui para o hospital”, lembra.
O doutor lembrou dos locais que cantou, das músicas autorais e dos festivais que participou no passado. Revelou ainda que a Serra pode ser o local escolhido, após aposentadoria.
Ouça abaixo a entrevista completa.