Roberto Jefferson, preso no inquérito das milícias digitais, passa a primeira noite em Bangu

14 de agosto de 2021 - 12:40
Por G1

O ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, passou a primeira noite em Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. Ele foi preso nesta sexta-feira (13) no inquérito das milícias digitais.

Jefferson está detido em Bangu 8, presídio para onde são levados detentos com curso superior, como o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

Até a publicação desta reportagem, o G1 não tinha informações se a defesa de Jefferson entrou com recurso na Justiça.

Roberto Jefferson foi preso em casa, em Comendador Levy Gasparian, na Região Serrana do Rio. A autorização da prisão preventiva (que não tem prazo estipulado para acabar) partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A executiva nacional do PTB classificou a prisão como uma “medida arbitrária orquestrada por Moraes”. A defesa de Jefferson ainda não se manifestou.

Moraes também determinou:

  • O bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais;
  • A apreensão de armas;
  • O acesso a mídias de armazenamento.

 

A ordem ocorre dentro do inquérito da milícia digital, que é uma continuidade do inquérito dos atos antidemocráticos.

Jefferson postou numa rede social que a Polícia Federal chegou a fazer buscas na casa de parentes pela manhã.

“A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”, escreveu o ex-deputado.

O advogado de defesa de Roberto Jefferson, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, informou, por telefone, que só vai se manifestar depois que tiver acesso a íntegra da decisão do mandado de prisão e da busca e apreensão.

O STF determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestasse sobre o pedido de prisão feito pela PF, mas não foi feito parecer.

Entre os nomes citados pela PF em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo.

Milícia digital

O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.

Nessa investigação, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.

Essa organização se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político. Outra suspeita é que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.

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