O programa Berlinda News Entrevista dessa quinta-feira (21) falou sobre a fisioterapia pós-covid. Isso porque, a maioria dos pacientes internados precisa ter esse acompanhamento para voltar a desfrutar de uma vida com qualidade. Segundo a fisioterapeuta Luana Marques, o coronavírus deixa sequelas em todo o corpo do paciente.
“Existe um estudo que diz que em sete dias internação, o paciente pode perder até 30% da força muscular”, relata Luana que constata os dados do estudo em seu dia a dia de atendimento a domicílio. Sobre uma paciente de 55 anos que ficou internada por mais de 70 dias, o relato é de pequenas conquistas diárias já que sua paciente teve 100% do pulmão comprometido.
“Ela não tinha comorbidades, era saudável e depois que deixou o hospital não conseguia fazer coisas simples como pentear o cabelo e cortar a própria comida no prato. Isso tudo eu tive que trabalhar com ela na fisioterapia porque queremos que o paciente volte a ser funcional e precisamos trabalhar com a família, que muitas vezes quer fazer tudo pelo familiar. Nossa recomendação é que a família deixe o paciente ser o mais independente possível porque isso faz parte da recuperação.”
Apesar de levar o próprio material para a casa do paciente onde as sessões de fisioterapia acontecem, Luana disse que muitas vezes trabalha com materiais simples que a pessoa tem em casa. “Saco de feijão, garrafa de água, utensílios domésticos. Coisas simples e que facilitam bastante.”
Para Luana, desde o início da pandemia, o trabalho do fisioterapeuta passou a ser mais valorizado. “Agora a fisioterapia está sendo vista com outros olhos, e a cardiorrespiratória sempre ocorreu dentro dos hospitais, só que a gente não falava tanto e com a pandemia veio essa ascensão.”
Fisioterapia na UTI
A pandemia realmente mostrou a importância do fisioterapeuta. No Hospital Centenário, por exemplo, enquanto que o quadro desses profissionais era formado por sete pessoas até 2019, a partir de 2020, quando iniciou as internações por Covid-19, houve a necessidade de aumentar para 24.
A fisioterapeuta Deise Grave foi uma das que entrou para a equipe do Centenário durante a pandemia. Ela é responsável, junto com outros colegas, por atender pacientes tanto da enfermaria como da UTI Covid.
“Na enfermaria trabalhamos com a manutenção motora e na UTI damos o suporte desde o início da ventilação”, explicou ela que detalhou melhor o trabalho que é feito enquanto a pessoa está intubada e sedada.
“O paciente sedado não consegue manter as atividades motoras, então o fisio faz isso por ele. Isso previne atrofias, encurtamentos musculares, além de ajudar em toda a parte da respiração. Também acompanhamos o paciente que usa a bolha, que também é um ventilador mecânico, mas que dá mais conforto já que a pessoa fica acordada e pode interagir com a equipe. A bolha compromete bem menos a musculatura do paciente justamente por ele não precisar da sedação.”
Para Deise o trabalho da fisioterapia pós-covid é fundamental. “O paciente que sai do hospital dificilmente poderá abrir mão de acompanhamento, porque a Covid-19 tem sequelas se prolongam ainda por um bom tempo.”
A fisioterapeuta Luana Marques faz atendimento domiciliar e também tem horário em algumas clínicas da região, além de trabalhar com pilates e fisioterapia preventiva para idoso. Para agendar uma avaliação, basta entrar em contato pelo telefone 9.9650-1824 ou pelo Instagram @fisioluanamarques.