O programa Berlinda News Entrevista dessa segunda-feira (12) tratou sobre a falta de insulina para diabetes tipo 1 na Farmácia do Estado aqui em São Leopoldo.
A caneta ultrarrápida como é chamada a ferramenta que aplica a insulina no paciente, custa em torno de R$ 55 nas farmácias. Dependendo da renda mensal do paciente, o valor até pode parecer baixo, mas para algumas famílias já é um preço que pesa no bolso. Até porque, muitos pacientes chegam a utilizar até quatro canetas por mês.
Quem explicou tudo isso para a nossa audiência foi a diretora da assistência farmacêutica de São Leopoldo, Fabiana Ribeiro e Denise Raupp, moradora de São Leopoldo e que tem uma filha de 13 anos que usa a insulina ultrarrápida desde os 4 anos.
Esse tipo de insulina está em falta há cerca de três meses e segundo Fabiana, existem cadastrados no Município 126 pacientes que fazem uso dela, além de 1.554 que utilizam a fita medidora de glicemia que, por enquanto, ainda está disponível.
Para essas 126 pessoas, porém, não ter o medicamento é muito perigoso. Isso porque, já entre o primeiro e o segundo dia sem a insulina, o paciente pode dar entrada no hospital e ter complicações graves como cegueira, amputação ou problemas renais.
“Eu também tenho diabetes tipo 1 e convivo com a doença há 38 anos, eu sei como tudo funciona. Antes de cada refeição tem que injetar a insulina ou a glicemia em um nível muito alto acarretando em sérias complicações”, contou Fabiana que explicou também como é o processo de compra da insulina ultrarrápida aqui no Brasil.
“A caneta ela é um medicamento estratégico assim como os anticoncepcionais, os medicamentos para o HI e por isso, que faz a compra é o Ministério da Saúde que depois repassa para os Estados que então distribui para os Municípios.”
A equipe do Berlinda News entrou em contato com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e foi informada somente de que o Ministério da Saúde ainda não agendou uma nova entrega do medicamento.
Central de Doações
Filha de Denise usa quatro canetas por mês e depende do medicamente para manter a qualidade de vida, assim como todas as pessoas que possuem esse tipo de diabetes. Apesar de lidar bem com a doença, a falta do medicamento gera preocupação na família. Tanto que, em 2018, quando também faltou insulina nas farmácias públicas, Denise pensou naqueles que não têm condições de pagar pela caneta e decidiu abrir uma Central de Doações que funciona até hoje.
De acordo com ela, apesar de ser moradora de São Leopoldo, os pedidos por insulina ultrarrápida chegam de diversas cidades e de regiões diferentes do Estado.
“Sempre deu muito certo a central e eu só tenho a agradecer toda ajuda que recebo. Quando as doações são em dinheiro ou eu compro diretamente na farmácia da cidade onde o paciente mora ou eu transfiro o valor para a pessoa. Quando recebo a doação em insulina mesmo, eu armazeno na geladeira até repassar a doações. Isso porque, a insulina deve ser armazenada em refrigeração”, explicou ela que por conta desta falta do medicamento gratuito, iniciou uma campanha. Nessa quarta-feira (14) é aniversário de Denise e como presente, ela está pedindo doações que podem ser feitas por pix. Anote as informações:
Nome: Denise Raupp Teixeira
PIX/CPF: 99903784015
“Quem usa a insulina ultrarrápida tem um plano B que é aplicar a insulina regular, que foi uma das primeiras a surgir, mas enquanto que a ultrarrápida faz efeito em 15 minutos, esta leva entre 30 minutos a uma hora. Ou seja, não dá para simplesmente fazer uma troca de forma caseiras. É preciso ter a orientação de um especialista. Por isso é tão importante para um diabético tipo 1 ter a caneta em casa.”