A religião não é o principal motivo da disputa entre judeus e palestinos, no conflito histórico do Oriente Médio. Na verdade, a religião aparece como uma das últimas possibilidades. A afirmação é do professor do cientista político, professor de História da Feevale e estudioso sobre o conflito, Rodrigo Perla. “A disputa é por terra, por água, por território, inclusive porque judeus e palestinos são a população mais laica daquela região. Dos 10 milhões de israelenses, 60% são laicos e 20% cristãos. E na Palestina a maioria é cristão”, disse Perla no Berlinda News Entrevista de ontem (1).
Segundo o professor, faz parte do imaginário das pessoas associar o conflito a motivação religiosa. Para situar o problema, Perla fez um resumo do que aconteceu a partir de 1948 com a criação do estado de Israel.
Osrael10 milhjões 60% é laico, 20% cristãos
Palestina,. muitos cristãos
As diferenças que parecem irreconciliáveis são:
Jerusalém: Israel reivindica soberania sobre a cidade inteira (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) e afirma que a cidade é sua capital “eterna e indivisivel”, após ocupar Jerusalém Oriental em 1967. A reivindicação não é reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital.
Fronteiras: os palestinos exigem que seu futuro Estado seja delimitado pelas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias, o que incluiria Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita.
Assentamentos: ilegais sob a lei internacional, construídos pelo governo israelense nos territórios ocupados após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental há mais de meio milhão de colonos judeus.
Refugiados palestinos: os palestinos dizem que os refugiados (10,6 milhões, de acordo com a OLP, dos quais cerca de metade são registrados na ONU) têm o direito de voltar ao que é hoje Israel. Mas, para Israel, permitir o retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.