O protesto Fora Bolsonaro realizado hoje (29) em São Leopoldo, entre outras dezenas de cidades brasileiras, é o que podemos chamar de “combo de motivos e interpretações” por todas as vertentes políticas, científicas e populares. Tem o clamor da maior parte da população, que é a vacina; a trágica e dolorosa marca de mais de 400 mil mortes e o negacionismo da principal autoridade do Brasil sobre o momento, falta de liderança e unidade com todos os entes federados.
Simultaneamente a decisão de ir às ruas, que segundo os organizadores é um ato de coragem, pode chegar lá na ponta da população como uma mensagem que as pessoas podem ir pra rua para defender o que entendem como direito, como por exemplo, de ir à escola, de frequentar missas e cultos sem restrições de ocupação, de jogar futebol (infelizmente já permitido em nossa cidade, assim como pelo Piratini), de fazer reuniões e encontros, tipo assim: máscara, álcool gel e um certo distanciamento.
A coluna ouviu o epidemiologista, pesquisador e coordenador da Rede Corona-ômica.BR do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, responsável pelo sequenciamento do vírus SARS-CoV-2 em universidades e centros de pesquisa e professor da Feevale, Fernando Spilki sobre a manifestação. “Sem dúvida que há um risco envolvido e lamentável que hoje não seja completamente salutar que as pessoas possam exercer seu direito de manifestação e contribuir com a democracia. É uma pena. Mas talvez isso seja reflexo das pessoas assumirem uma posição mesmo sobre o que diz a faixa, indicando que são conscientes do tamanho do problema. Talvez em virtude da falta de ações ou de ações equivocadas ao longo do tempo, as pessoas se veem empurradas a fazer uma coisa assim. Mas por qualquer aspecto político, o ideal seriam manifestações virtuais, a gente tem bastante medo de aglomerações. Uma pena,uma pena que tenha que ser assim.”