O ministro Ernesto Araújo pede demissão do cargo ocupado no Ministério das Relações Exteriores. O chanceler não aguentou a pressão pela saída do posto depois de se envolver em um atrito com a senadora Katia Abreu.
O pedido de demissão foi entregue durante uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, no início da tarde desta segunda-feira, no Palácio do Planalto. Ainda não houve um pronunciamento formal sobre a saída do ministro.
Na manhã desta segunda-feira, Araújo convocou uma reunião extraordinária com os secretários do Itamaraty. O encontro ocorreu um dia após o chanceler publicar no Twitter uma conversa que teria tido com a senadora Kátia Abreu, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, no início do mês de março.
Na postagem, ele disse que a senadora teria garantido que o ministro seria o “Rei do Senado”, caso fizesse alguma sinalização positiva em relação às tratativas da tecnologia do 5G, o que Araújo afirmou que não fez.
A própria Kátia Abreu rebateu, por meio de nota oficial, chamando o ministro de “marginal”, dizendo que ele cometeu um crime ao “resumir uma conversa de 3 horas em uma frase, que foge da realidade”.
Nesta segunda, senadores já anunciaram que entrariam com um pedido de impeachment do ministro, que já vinha sendo fritado no cargo desde a semana passada por problemas com a comunidade internacional e o viés ideológico da gestão da diplomacia brasileira.
Ernesto Araújo é mais um dos integrantes da chamada ala ideológica do governo que perde o posto depois de atritos com os outros Poderes.
No ano passado, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, perdeu o cargo depois de xingar ministros do Supremo Tribunal Federal.