O desafio social para a preservação da saúde do teletrabalhador para além da pandemia

3 de fevereiro de 2021 - 08:36
Por Professor e Dr. Guilherme Wüsch

O teletrabalho é modalidade de prestação de serviços a qual flexibiliza o tempo e o espaço do trabalho em face de seu modelo clássico. Em março de 2020, com a chegada da pandemia de coronavírus ao Brasil, uma das alternativas para a preservação de empregos de que se lançou mão foi, exatamente, o teletrabalho. Isto não apenas demonstra a necessidade de uma melhor regulamentação da matéria no cenário pós-pandemia, em que o mercado de trabalho sinaliza o teletrabalho como modalidade de elevação geométrica, mas, especialmente, uma nova preocupação desta relação: a saúde psicofísica do teletrabalhador.

Parece-nos que a tônica dos próximos anos de teletrabalho, é a possibilidade que esta forma de trabalho possui do aumento de risco de violência habilitada pela tecnologia, como o cyberbullying, por exemplo. Precisamos estar cientes dos riscos associados ao trabalho em tempo integral no regime de teletrabalho, destacando-se cenários como o tecnoestresse; a incapacidade de desconexão do trabalho; o aumento do consumo de álcool para melhorar a produtividade; o comportamento sedentário prolongado; a ergonomia dos móveis domésticos; a sensação de exclusão, para apontar apenas alguns dos desafios de um futuro já não mais distante.

Os caminhos pós pandemia apontam para uma acentuação da sociedade digital forçada a uma espécie de adaptação mais rápida, especialmente no campo do trabalho (e do Direito do Trabalho). Ainda é cedo para se afirmar que, no Brasil, este modelo de trabalho já se encontra com regulamentação completa e segura. Ao contrário, trata-se de cenário complexo, que demandará constante exame por parte de múltiplos protagonistas: trabalhadores, empregadores, sindicatos, Administração Pública e Poder Judiciário, formando-se uma espécie de ecossistema de inovação, com os olhos voltados para a responsabilidade social, com sustentabilidade tecnológica.

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