O mestrado em Virologia da Universidade Feevale divulgou, nesta sexta-feira, 18, novo levantamento sobre a pandemia de Covid-19 no Vale do Rio dos Sinos. Os números apontam que as novas infecções seguem um ritmo de crescimento exponencial, com quase três mil novos casos confirmados entre os dias 12 e 18. A taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais da região teve novo aumento, alcançando 102% nesta sexta-feira. Para a pesquisa, foram considerados os dados disponibilizados pelo Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Rio dos Sinos (Consinos) e pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do portal covid.saude.rs.gov.br.
O levantamento confirma o pior momento da pandemia desde o seu início, e que os novos casos estão em crescimento exponencial desde o final de novembro. Desde o dia 20 de daquele mês, as contagens ultrapassam os 2 mil a cada semana, chegando ao recorde de 2.929 nesta sexta-feira. Em números absolutos, a região do Vale do Sinos acumula um total de 40.423 casos confirmados e 761 óbitos, com 36 nesta semana.
No gráfico, casos novos por semana desde junho. Confira a evolução da pandemia no Vale do Sinos no link: https://feev.as/f19c503
Conforme o professor do mestrado em Virologia da Feevale, Fernando Spilki, embora exista uma estabilização no número de óbitos, se mantém a saturação das UTIs e se observa o número recorde de casos novos pela segunda semana seguida. “A previsão é de crescimento do número de casos e de lotação das UTIs até o fim do ano, pelo menos”, afirma Spilki.
Já para a coordenadora do mestrado em Virologia da Feevale, Juliane Fleck, é inquestionável que estamos passando pela fase mais crítica da pandemia, e a preocupação aumenta com a chegada do final do ano, aliada ao comportamento social observado. Desde o início dos estudos de projeção, verifica-se um cenário crítico, mesmo nas previsões consideradas otimistas. ¨Embora muitos acreditem que já nos ‘sacrificamos muito’, tudo o que foi realizado até o momento, no intuito de evitar o colapso do sistema de saúde, corre o risco de ser insuficiente, se não tivermos um comportamento responsável. O intuito dos nossos estudos não é provocar o pânico, mas permitir que as decisões sejam tomadas de maneira responsável, embasadas em dados atuais, para que ninguém se sinta surpreendido”, ressalta Juliane.