Conheça curiosidades sobre a Rua Independência contadas pelo historiador Márcio Linck

11 de dezembro de 2020 - 15:43
Por Isabella Belli

O programa Cultura Capilé recebeu nesta sexta-feira, 11, o historiador Márcio Linck que contou histórias interessantes e curiosas sobre São Leopoldo e principalmente sobre a famosa Rua Independência.

Carnaval na Rua Independência na década de 20. Foto: Acervo Museu Histórico Visconde de São Leopoldo/Facebook

Faltando quatro anos para a comemoração do bicentenário da chegada dos primeiros imigrantes alemães à São Leopoldo, a intenção do governo municipal é revitalizar a Independência, muito usada pela população como ponto de encontro durante à noite nos barzinhos, mas principalmente famosa pela concentração de lojas e comércios. Márcio Linck é a favor dessa renovação porque acredita que desta forma a história da rua será mais visível e valorizada. Segundo ele, o calçamento de pedra foi construído na década de 40 durante o governo de Theodomiro Porto da Fonseca, que ficou por 16 anos na gestão da cidade. Por isso, proteger este calçamento e não trocá-lo por asfalto é fundamental para preservar a memória do Município. “Theodomiro Porto da Fonseca vivenciou a República Velha e a República Nova e foi responsável pelo plano de arborização e também pelo calçamento da Rua Independência. Na época, a Avenida Dom João Becker não existia e o carnaval era feito na Independência e houve um secretário de turismo que até tentou, por conta disso, trocar as pedras por asfalto, mas após um movimento da Câmara de Vereadores, ele recuou”, contou ele que ressaltou também a importância ambiental deste calçamento. “Em pedra ajuda a escoar melhor e mais rápido a água da chuva e o asfalto aumenta o calor e dá a liberdade perigosa do motorista acelerar mais. Ou seja, além do fato histórico é uma questão de sustentabilidade e qualidade de vida. A Independência é a vitrine de São Leopoldo e dessa forma se torna atrativa.”

Independência atualmente. Foto: Sonia Bettinelli/Berlinda News

Transformar a rua também em um calçadão ainda é um assunto polêmico e de acordo com Linck, é possível agradar a todos de uma forma bem simples. “Acho que poderiam deixar o estacionamento só de um lado e do outro alargar a calçada. Assim se faria um calçadão parcial”, explicou ele que também deu outras ideias para a revitalização do local e para a redução da poluição visual. “Outra ideia seria enterrar a fiação, porque gera uma poluição visual e isso seria muito interessante. E contemplando ainda a revitalização, seria bom também, retirar os painéis e banners de frente das lojas. Desse jeito, vão ser revelar fachadas de casarões antigos e lindos, mostrando mais ainda o lado histórico da cidade.”

Rua Independência em 1920. Foto: Acervo Museu Histórico Visconde de São Leopoldo/Facebook

Rua do Passo
A Rua Independência, que muitos ainda pensam ser uma avenida, em sempre teve este nome. Conforme Linck, esta denominação foi dada em 1870, mas antes o local era chamado de Rua do Passo e curiosamente, isto tem a ver com o Rio dos Sinos. “O primeiro nome dela foi Rua do Passo, porque o início dela já era perto da Praça do imigrante e do Rio dos Sinos, onde ainda hoje se forma um banco de areia pela dinâmica do fluxo das água e isso, naquela época, permitia que em tempos de pouca chuva criasse uma passagem onde as pessoas atravessavam mesmo. O que ajudou também para que o núcleo urbano de São Leopoldo fosse consolidado o que é hoje.”

 

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Comentários

Adriane Dutra Costa

Muito interessante, seria ótimo que a Prefeitura incentivasse o embelezamento e resgate da Independência. Ver prédios como o da esquina com a João Neves, que foi todo restaurado na época do Manara, hoje escondido sob paineis horrorosos, dá uma dor no coração. A Rua Grande já foi bela, hoje está precisando de um carinho para se revelar novamente.

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