Em 90 dias, a 1ª DP de Sapucaia do Sul, comandada pelo delegado Gabriel Borges, prendeu 80 pessoas, quase uma por dia, a maioria por tráfico de drogas em Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo entre outras cidades da região Metropolitana. Administrativamente a Polícia Civil tem regiões específicas. Sapucaia por exemplo, integra a Delegacia Regional Metropolitana, com sede em Canoas e sob o comando do delegado Mario Souza.”Na prática nosso trabalho não tem como limitar em uma cidade, inclusive porque a prisão que fazemos em Sapucaia tem ligação com São Leopoldo e demais cidades. O tráfico de drogas, o crime organizado funcionam com diversas ramificações, organizados para tentar evitar que a Polícia chegue em todos os locais”, destacou o delegado Gabriel Borges no programa Berlinda News Entrevista desta segunda-feira, 07.
Tele-entrega de drogas
Por conta da pandemia e distanciamento social, os operadores do tráfico de drogas optaram pela tele-entrega. Com isso, segundo o delegado Gabriel Borges, os traficantes estão fazendo as entregas na porta de casa. “Esse tipo de crime, o tráfico de entorpecentes na modalidade tele-entrega se intensificou muito agora durante a pandemia. Ou seja, o consumidor não vai buscar a droga e sim, recebe em casa. Muitos desses entregadores saem do Vale dos Sinos e vão até a nossa cidade ou vice-versa. Por isso que não dá para limitar nossa atuação policial a apenas um município. Temos que fazer esse trabalho de forma integrado.”
Ajuda da comunidade
“Nós recebemos denúncias da comunidade e precisamos ressaltar como é significativo para nós essa participação e confiança no nosso trabalho, não só em relação ao tráfico, mas sobre qualquer situação que esteja fugindo da normalidade. Porque é a comunidade que está ali e que está sendo perturbada por pessoas que estão cometendo um crime. E sabemos como é difícil porque em alguns locais impera a lei do silêncio, mas é uma orientação inicial que nos guia”, afirmou Gabriel que destacou o trabalho que vem sendo feito para a desarticulação de organizações criminosas por meio da descapitalização das mesmas.
Descapitalizar o crime organizado
“O novo viés da Polícia Civil nos últimos anos no combate ao crime organizado é a descapitalização dessas organizações criminosas, visando sufocar, reduzir o poder econômico e desarticular a capacidade de movimentação financeira. Então não basta efetuar a prisão, embora ela seja importante, e não basta efetuar a apreensão, embora também seja imprescindível, mas o que nos chama atenção e mais impacta é essa descapitalização. É o que efetivamente enfraquece essas organizações.”
Para o delegado, as polícias como um todo, Civil, Militar e Municipal estão preparadas para o enfrentamento a esses tipos de crime de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. como também a qualquer outro que ocorra no Estado. “A organização criminosa mexe com muito dinheiro de origem ilícita e deve ser convertido em valores legais e para isso eles usam alguns mecanismos que eles organizam. Sendo assim, é preciso sim, ter uma certa organização, porque ninguém lava o dinheiro sem organização. E para combater essas organizações, a polícia precisa ser mais organizada ainda, instruída, qualificada e nossos policiais no Rio Grande do Sul são muito bem preparados.”
Para ajudar o trabalho da Polícia Civil, é possível fazer denúncias anônimas. Para isso bastar entrar em contato pelo telefone 3425-9056 ou por Whatsapp 9845-90259.
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