O estúdio do Berlinda News virou uma sala de aula nesta terça-feira, 15, com a presença do professor dos cursos de Relações Internacionais e Jornalismo da Unisinos, Bruno Lima Rocha que esteve no programa Berlinda News Entrevista para falar sobre o cenário político atual e as eleições municipais 2020.
Entre tantos pontos conversados, o principal foi como os Municípios poderiam ser mais independentes economicamente. O professor deu várias ideias, inclusive a da criação de uma moeda local que já foi implantada, por exemplo, pelo Município de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. “Infelizmente se as prefeituras ficarem apenas dependendo do governo federal, é um jogo cruel. É, por exemplo, pressionar um deputado pra aprovar uma emenda, é conseguir um projeto… Sempre têm políticas que podem ser feitas, mas aí aparecem duas situações: uma, é fazer o que pode ser feito e a outra é não evitar lutas que devem ser lutadas, enfrentadas. Dentro da divisa municipal é possível fazer sempre um pouco melhor. Fazer arranjos produtivos locais, tentar uma moeda social, incentivar comunicação e cultura, mas tem lutas quem precisam ser livradas, que não podem ser negadas, como por exemplo, a redistribuição tributária para os Municípios e a questão da dívida pública”, explicou ele que também demonstrou preocupação sobre a Reforma Administrativa. “O primeiro passo que eu gostaria de saber de cada candidatura é como se posiciona diante dessa ameaça de cortar a estabilidade do servidor público. A maior parte dos servidores públicos é municipário. Já é difícil a sindicalização por conta das relações pessoais, já é difícil a questão sindical porque geralmente aquele servidor que tem um pouco mais de destaque é logo escolhido para fazer carreira de Função Gratificada. Se tiver a quebra da estabilidade, a gente volta a república velha, a gente vai voltar ao Coronelismo, no sentido local.”
Outra preocupação destacada por Bruno Lima Rocha é de como se darão as novas governanças municipais no próximo ano. Para ele, aqueles que assumirem as Prefeituras terão um grande problema em mãos, caso não se organizem localmente para criarem condições de melhora na economia. “Quem assumir em janeiro vai ter um problemão. Tem mais pessoas vinculadas ao auxílio emergencial que trabalhando formalmente. Então como é que uma sociedade local vai viver sem um sistema produtivo? Se as prefeituras não buscarem saídas concretas, nem que seja para organizar localmente primeiro, a tendência é que tenhamos uma sociedade aonde tanto a informalidade como o desemprego somados sejam superiores ao emprego formal. E aí você vai governar sobre a desorganização social. E sabemos como é o Brasil. Tudo estoura no Município, porque tem maior atribuição de serviço público e menor orçamento.”
Para ouvir a entrevista completa com o professor Bruno Lima Rocha, basta clicar aqui.
Estúdio do Berlinda News vira sala de aula em entrevista com professor da Unisinos que mostrou preocupação com os próximos governos municipais
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