Para os nutricionistas a combinação arroz e feijão é a mais saudável e nutritiva, mas o prato que também é o preferido pelo brasileiro e por isso mesmo, o mais consumido, está ficando cada vez mais longe das mesas da população, principalmente daqueles que muitas vezes só podem contar com esses grãos para se alimentarem. Isso porquê, houve uma alta de preço nos dois produtos desde Julho, acompanhada do aumento da inflação. Hoje, quem quiser comprar um quilo de arroz, tem que desembolsar em média R$ 25, dependendo da região do Brasil. Já o preço do quilo do feijão se aproxima dos R$ 10.
De acordo com a Apas (Associação Paulista de Supermercados) o valor do arroz tipo agulhinha sofreu alta em Agosto em 15 capitais brasileiras e Porto Alegre foi a que mais sentiu, com aumento de 17,91%, seguida por Campo Grande (13,61%) e Goiânia (10,56%). Já o feijão preto subiu 5% na capital gaúcha e 3,7% em Curitiba.
As explicações são muitas. Para o arroz, seria o recuo dos produtores que estão a espera por melhores preços para comercializar e por isso só estão fazendo vendas pontuais, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). E para o feijão, também de acordo com o Dieese, seria a importação do produto que está sofrendo com a desvalorização do Real enquanto aqui no Brasil o grão ainda está em fase de plantio. Mas uma coisa é certa: o aumento significativo da inflação no mês de Agosto influenciou não só na alta desses como de outros tantos produtos alimentícios. O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) registrou um aumento de 3,87% na inflação mês passado. Em Julho a taxa estava em 2,34%. Com este indicador de Agosto, a inflação anual já está acumulada em 15,23% segundo a Fundação Getúlio Vargas.
Paralelo a isso, a previsão é que haja uma queda ainda maior na economia brasileira. A estimativa do mercado financeiro que até então era de 5,28% passou para 5,31% levando em conta o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) e a soma de todos os bens e serviço produzidos no país. A expectativa de crescimento para 2021, porém, permanece a mesma há 15 semanas consecutivas: 3,5%. Esses númerosnsão apenas previsões. É preciso no momento ter cautela e cada vez mais se faz necessário fazer um uso consciente do dinheiro.
Da dispensa para as Redes Sociais
E como diz o mais novo ditado popular: “o brasileiro deve ser estudado pela Nasa.” No meio desse aumento de inflação, de produtos básicos, pandemia e queda do crescimento econômico, muitos vão às redes sociais brincar com a situação. Talvez seja até uma maneira encontrada para tentar aliviar o que já está pesado de mais por si só. Há algumas semanas que Memes relacionados ao preço do arroz e do feijão veem dominando Apps como Facebook e Instagram. É rir para não chorar.