POR Tatiane de Almeida Dias – Professora da rede municipal de Esteio e São Leopoldo
Ana Naveira Prestes – Professora da rede estadual e município de Campo Bom
Um ano triste para todos(as) e totalmente atípico para a Educação. Nosso trabalho docente é diretamente afetado pelo distanciamento social e nos impede de estarmos perto dos/as alunos/as, dos/as colegas e da rotina escolar. Um período que nos limita a pensarmos o nosso papel social distante das atividades presenciais e nos coloca diante de uma reflexão contínua sobre como podemos manter o vínculo com as crianças, estudantes e a escola.
Filósofos contemporâneos e historiadores como Cortella e Karnal destacam a importância do professor neste período de pandemia. A nossa permanente capacidade de se“reinventar” e encarar o distanciamento social propondo momentos de aprendizagem significativos; mesmo que não sejam no mesmo nível e nem intensos como os presenciais, e temos a certeza que não serão; mas isso não significa que eles não possam acontecer ou que não sejam importantes para os alunos(as) e também para nós professores.
O acesso à Educação nunca foi um processo totalmente inclusivo no nosso país. Muitos desses números são observados quando analisamos os dados de evasão e reprovação dos estudantes. Um cenário tão real e trágico quanto as dificuldades de lecionar no Brasil. Somos um país que não promove educação para todos(as), gratuita e de qualidade como assegura a constituição.
Para além de todas as históricas dificuldades na área da Educação, enfrentamos uma crise de saúde pública mundial. Que nos ataca e gera polêmica em relação ao acesso da proposta de aulas remotas para todo o país. No estado do Rio Grande do Sul temos 497 munícipios, aproximadamente 12% deles não estão oportunizando aulas remotas para a comunidade escolar. Em São Leopoldo, apesar do protagonismo docente, que sempre defendeu a excelência na prática pedagógica , ampla defesa dos direitos que oportunizam melhores condições de trabalho aos professores da rede municipal, estranhamente se adota uma estratégia que não dialoga com os estudantes da rede municipal e que precisa urgentemente, mais que refletir sobre essa demanda, propor um plano municipal emergencial de Educação na pandemia que consiga construir uma relação mais profunda com a comunidade escolar.
A Educação é um direito fundamental. Acreditamos ser possível construir uma proposta que não exponha professores e estudantes .Conhecemos a realidade da nossa cidade, estado e país. A desigualdade social segue sendo um desafio que afeta nosso trabalho cotidianamente. Apesar desta dura realidade, cabe aos gestores públicos construírem alternativas que dialoguem com a comunidade escolar. Neste período de pandemia a sala de aula passou a ser um espaço distante da nossa realidade. E por essa razão precisamos pensar como a Educação na pandemia pode alcançar nossos alunos/as. Nesta crise totalmente atípica, as aulas remotas acabam sendo uma opção, certamente não estão entre as que promovem um ensino igualitário e de qualidade, ainda falamos do Brasil e suas imensas e históricas desigualdades refletidas, mas ainda assim trata-se do que é possível fazer num período longo de distanciamento social. E isso não significa defender o ensino remoto como uma possibilidade para o futuro. A pandemia tem nos mostrado o valor e o tamanho da escola para a sociedade. Por essas razões precisamos pensar formas de alcançarmos os nossos estudantes. Já dizia o filósofo Mario Sergio Cortella: “ A educação não pode ficar secundarizada”. Não é porquê é difícil que não faremos”.
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