POR SÔNIA BETTINELLI
Menos de 24 horas após o ministro Luiz Roberto Barroso assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dizendo que não cogita suspender a eleição municipal de 2020 para unificar para 2022, a Federação da Associação dos Municípios do RS (Famurs), defende a suspensão da eleição de outubro, e também de 2020.
Na prática, a Famurs quer estender o mandato dos atuais prefeitos e vereadores para mais dois anos e unificar com a eleição majoritária de 2022. O principal argumento da entidade é que não há condições de realizar a eleição por diversos motivos, principalmente mobilizar milhões de brasileiros para votar em um único dia.
Ex-presidente da Famurs, ex-dirigente nacional dos Municípios e atual prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), discorda totalmente da posição da Famurs e alerta sobre riscos de desrespeitar a Constituição com alteração do calendário eleitoral.
“Nós já desrespeitamos demais a Constituição e as regras jurídicas, por isso vemos essa confusão irresponsável. Temos que garantir os calendários constituídos. A pandemia é grave, mas isso não significa que possamos mudar um parâmetro constitucional. No contexto de hoje, as reuniões e debates on-line tem reunido mais pessoas que reuniões presenciais permitindo debate sobre programa e projetos. O que devemos fazer é criar condições para que as eleições ocorram esse ano e em outubro. A eleição vai ser mais barata. Sobre o deslocamento para a votação, o que se pode fazer é ampliar os locais de votação. Minha posição é eleição em 4 de outubro”, disse Vanazzi.
Confira a íntegra da posição da Famurs